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Publicado em fevereiro 5th, 2019 | por Gilberto Guerra

Opinião BG: descubra se você é muito competitivo nos board games

Desafio: quão competitivo nos board games você é?

Nosso mundo é muito competitivo. Estamos diariamente em competições acirradas. Na infância, a criança compete muitas vezes por atenção dos pais e pelos melhores brinquedos nas creches. Em época escolar, compete-se pelas melhores notas, pela popularidade ou pela atenção das garotas mais bonitas. A vida acadêmica se inicia pelo vestibular e, após, temos a competição pelas melhores vagas de estágio ou bolsas de pesquisas.

E no mercado de trabalho? Tudo é competição! Empresários disputam fatias importantes do mercado. Concurseiros precisam ficar a frente de centenas ou milhares de concorrentes para conseguir a vaga. No setor privado compete-se em várias fases de recrutamento e seleção, e ainda depois, vagas para promoção.

Além de todo esse impacto em nossas vidas, ainda temos um impacto social e psicológico. Vencedores são supervalorizados e quem perde é desestimulado e algumas vezes discriminado.

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Algumas pessoas não resistem a pressão de uma competição

Dito isto, com tantas situações competitivas em nossas vidas, por que alguém optaria em competir em seu tempo livre? Por que apenas não realizar exclusivamente uma atividade relaxante como assistir TV ou ficar bebendo cerveja na piscina?

A resposta é simples, competir está em nosso instinto desde eras primitivas. Sem esse instinto, a humanidade poderia ter desaparecido em seus primórdios. A possibilidade que temos com os board games de realizar uma competição em ambiente controlado, prazeroso e sem impactos na vida é muito estimulante. O problema não está com a competição em si, mas na forma em que lidamos com ela.

Competição saudável

O competidor saudável utiliza o aspecto lúdico e educativo dos tabuleiros para desenvolver atributos mentais, buscando superar a si mesmo. Tendo em mente que é uma brincadeira saudável e que o foco é a diversão. Se esse processo levar a vitória, melhor ainda. O respeito ao jogo e aos colegas está acima da necessidade de vitória.

O Tábula Quadrada publicou uma série de artigos sobre as múltiplas inteligências que podem ser desenvolvidas nos board games. Se você ainda não leu, vale a pena conferir.

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Amizade acima de vitórias simbólicas

Competição nociva

No outro extremo, temos aqueles que gostam de competir para preencher um espaço que pode ter sido causado por algum problema. Nisso podemos listar a insegurança, baixa auto-estima ou falta de auto-confiança, entre outros.

Nesses casos, a motivação é se sentir melhor do que os outros competidores e se auto-afirmar. Nos casos mais severos, farão uma competição desleal, burlando as regras a seu favor. Esse perfil de competidor não é bom para o grupo e tende a ser excluído. Entretanto, é possível moldar esse comportamento se houver interesse da pessoa. Seguem três dicas para quem tem interesse em competir de forma saudável.

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Não seja o Dick Vigarista dos boardgames

3 dicas ser competitivo nos board games de forma saudável

Autoconhecimento

Conhecer seus pontos fortes e fracos é essencial. Em situações que se coloca à prova seus pontos fortes, há menos pressão para a auto-afirmação, melhor auto-estima e segurança.

Aceite seus pontos fracos

Nenhum jogador é bom em todos os tipos de jogos. Sempre tem aquela mecânica que não se tem afinidade. Se cobre menos nessas situações, foque em fazer o seu melhor, e não em necessariamente vencer o coleguinha.

Seja solidário

Quando jogar com iniciantes foque em ensinar o jogo e dar dicas para que ele goste da atividade. Se necessário, mostre a eles opção de boas jogadas para que ele escolha a mais interessante. Massacrar um iniciante na pontuação é um impulso que um competidor patológico dificilmente resiste. Realizar o oposto disso é um esforço recompensado de muitas formas.

Ansiedade pré-jogo e euforia pós partida

A vontade e a paixão por competir ainda pode ter efeitos psicológicos antes e depois de uma partida. O competidor saudável também sofre desses efeitos, podendo ser intensificado nos casos patológicos.

A ansiedade é uma emoção normal. Quando em excesso, vira um distúrbio. Nos board games, se origina de uma preocupação excessiva com o desempenho em uma partida. Que por consequência causa falta de concentração e irritabilidade, que atrapalha o desempenho na partida. O que seria um momento de lazer, vira angústia.

Euforia pós partida: quem nunca ficou eufórico após uma ótima partida? Ficar pensando muito tempo depois sobre as variáveis estratégicas? Qual rumo a partida tomaria se tal jogada fosse realizada? Se o jogo merece entrar na coleção e se tem espaço no orçamento para ele? São várias as ramificações de pensamentos e ocorrem de forma natural. O problema ocorre quando a partida se encerra perto da meia noite e você se pega as 3h da manhã ainda pensando sobre isso. E tendo que trabalhar cedo no dia seguinte.

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E se eu tivesse escolhido os Cultistas no lugar dos Halflings? O que mudaria?

Ambos os comportamentos podem ser nocivos a ponto de comprometer o convívio social e desempenho profissional. Enfatiza-se também que o problema não é o hobby de board game, pois a causa de tais distúrbios é facilmente transferida.

O artigo sobre resoluções de fim de ano trouxe algumas dicas de alimentação e atividades saudáveis que podem ajudar nesses distúrbios. Sendo que em casos mais severos, deve-se procurar ajuda especializada.

“De Médico e Louco todo mundo tem um pouco”

A sanidade plena é algo difícil de se obter nos dias de hoje (ou talvez desde o início da humanidade). Uma pessoa normal pode se identificar com algum dos casos apontados. O problema ocorre quando se perde o controle e as características negativas ocorrem em excesso.

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Sanidade por fora, surtando por dentro!

Pessoalmente, das situações apontadas, eu diria que a euforia após uma ótima partida noturna é o que mais me incomoda. Eu gosto de deitar e dormir, sem ficar divagando, mesmo que por alguns longos minutos. No meu caso um chá de camomila após a partida e antes de dormir foi uma ótima solução. Para cada caso e jogador existe uma solução que pode ser simples.

Se identificou com algo do texto? Encontrou soluções para os problemas que passou? Gostaria de acrescentar algo? Deixe sua opinião nos comentários e até a próxima!

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