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Publicado em novembro 11th, 2015 | por Caio Romero

Por mais XP, agora também falamos de RPG!

Eis que dados estranhos de várias faces se espalham pelas mesas da taverna Tábula Quadrada! Ergam seus copos e brindem. Agora, além de reviews e posts sobre board games, o Tábula abre espaço para um aventureiro das antigas compartilhar os acontecimentos de suas aventuras e juntar-se ao grupo, pela honra, tesouros e por mais XP!

De cara, fica a pergunta: O que é RPG?

Eu poderia simplesmente dizer que RPG é um jogo de interpretação de papéis e colocar um ponto final aqui. Talvez, estender o texto por mais alguns parágrafos, sobre a história desse tipo de jogo, sobre regras, sistemas e afins, mas… Muita gente já fez isso. Acho melhor deixar a coisa mais pessoal, como uma apresentação minha, e falar um pouquinho da experiência que tenho com RPG, não em relação aos jogos que conheço, joguei, ou deixei de jogar, mas sim a respeito do que o RPG foi e é pra mim hoje.

O que o RPG foi pra mim

Aos 10 anos de idade, descobri no RPG a possibilidade de, junto com alguns amigos, percorrer os ginásios Pokémon, conquistar insígnias, e colecionar os 151 monstros de bolso que existiam até o momento. Descobri que com o RPG a gente poderia jogar qualquer coisa, e era exatamente isso que fazíamos. Pulávamos de uma aventura com pistoleiros e bandidos para Mortal Kombat e Street Fighter com uma facilidade incrível, adaptando e simplificando sistemas de regras, criando inúmeras regras da casa, só pra que todos pudessem se divertir. E o melhor: tudo isso sem gastar nenhum centavo. Com apenas lápis, papel e um dado de seis lados emprestado de um Banco Imobiliário qualquer.

Depois da escola, a jogatina era certa… todo dia!

Realmente, não gastávamos nada. Começamos a jogar praticamente criando sistemas de regras do zero. Adaptando sistemas simples, como o 3D&T, e rolando dados quase que como uma desculpa pra chamar de jogo a diversão de se criar histórias em conjunto. Era um jeito diferente de jogar, aliás, não sei o porquê, mas jogávamos em qualquer lugar, exceto em mesas! As sessões sempre rolavam no chão com a galera sentada em círculo e os papéis espalhados pela calçada. Penso que era assim por dois motivos: tínhamos 10 anos, e não tínhamos nenhum livro caro que pedisse a superfície de uma mesa como apoio. E outra coisa: como a internet era rara, a gente foi, sem dúvida, a geração fotocópia do RPG.

O tempo foi passando e, depois de uns anos sem RPG, com algumas poucas tentativas frustradas de reviver aquele jeito de jogar das antigas, eu já estava quase na faculdade. Em um novo grupo, descobri um RPG diferente, mais sério, com vampiros, lobisomens, e com dados de mais lados que seis, bem diferentes e bem mais legais do que aqueles de Banco Imobiliário. Parecia que o jogo tinha crescido com a gente, que agora jogava de madrugada, precisava de mesas pra apoiar as fichas de personagem, os dados marmorizados e os livros de verdade.

Assim, mais alguns anos se passaram e, entre caçadas a dragões e incontáveis aventuras em que os personagens mal subiam para o segundo nível, chegamos à correria de hoje.

E o que o RPG é pra mim hoje?

Agora é diferente. A gente tem livros de verdade, dados de sobra e, enfim, só falta tempo. É muito mais difícil bater os horários e os maiores vilões são os desencontros. Mesmo com menos frequência, as sessões ainda rolam e, por milagre, conseguimos manter uma campanha ou duas. Não só hoje, mas desde o início, o RPG foi um jogo de fazer amigos e é isso que vale. Um jogo de se divertir junto, compartilhar histórias e viver as situações mais malucas, improváveis e impossíveis. Um jogo de aprender a fazer escolhas, de interpretar, de se imaginar no lugar de outro, de só imaginar.

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Agora a gente tem livros de verdade, miniaturas e dados de sobra. Só falta tempo

E você? Intercala a jogatina dos board games com uma ou outra sessão de RPG? Faz parte de algum grupo com uma aventura ou campanha rolando? Conte pra gente um pouco da sua experiência com o RPG e acompanhe nossos próximos posts, tem muita coisa bacana vindo por aí!

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Sobre o Autor

Mochileiro de palavras, músico de brincadeira, ilustrador de passatempo, RPGista de carteirinha e mestre Pokémon das antigas.



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