Publicado em setembro 1st, 2020 | por Renato J. Lopes
Review – Ishtar: jardins da Babilônia
Summary:
4.1
Em Ishtar: Jardins da Babilônia, somos jardineiros encarregados pelo rei para construir os melhores jardins para sua rainha. Utilize as fontes locais para mostrar suas habilidades e conquistar a confiança do rei e se tornar o jardineiro real.
Basicamente vamos tentar construir os Jardins Suspensos da Babilônia, no meio do deserto. Teremos que escolher as melhores peças para criar conjuntos de flores que irão ser alimentadas por fontes. No final do jogo, ganhamos pontos pelos tamanhos de nossos jardins, por controlar fontes, pelas árvores que plantamos e algumas habilidades especiais. Confira nosso review desse jogo da Buró Brasil!
ISHTAR
Se você gosta de jogos bonitos e com mecânicas inteligentes, Ishtar é mais do que recomendado. Ele possui um mapa modular e peças muito bonitas, o que deixa a sua mesa atraente em um jogo muito interessante e temático.
No centro da mesa, existe o tabuleiro modular que muda de acordo com a quantidade de jogadores, onde vão jóias de diferentes cores e as peças de fontes que também muda de acordo com os players em jogo.
Ao lado fica o tabuleiro de relva que funciona como um rondel, onde ficam as peças de diversos formatos. O marcador de regador é que vai determinar qual a peça a ser escolhida na vez do jogador. Ali também ficam as peças de brotos de 2 e 1 espaço.
Enquanto isso, cada jogador possui seu tabuleiro onde ele poderá ativar as habilidades especiais durante o jogo, utilizando os cristais, sendo que ele começa com 1 cristal roxo no início do jogo.
Ao lado do tabuleiro principal, haverá uma fila de 5 cartas de árvore abertas e as peças que podem ser compradas e posicionadas nos espaços de grama. Jardins são as áreas do tabuleiro principal onde existem peças posicionadas. Elas possuem espaços de gramas e de flores. Os espaços agrupados de espaços de flores, formam um canteiro e só pode possuir um assistente.
O jogo acontece em rodadas, até que 2 montes de peças fiquem vazios no tabuleiro de relva. Nesse momento é feita a pontuação final.
Fluxo do Jogo
No seu turno, o jogador move a peça de regador e pega uma peça. Sem custo, ele pode mover para o espaço seguinte em sentido horário, para cada outro espaço a frente, ele paga um cristal.
Em seguida ele posiciona a peça que ele pegou no tabuleiro, Mas, ele precisa respeitar as seguintes regras:
- Não pode cobrir uma fonte, escritura sagrada ou outra peça de vegetação.
- Ao menos um dos espaços dessa peça precisa estar conectada a uma fonte ou peça que esteja ligada a uma fonte.
- Essa peça não pode conectar jardins diferentes ligados a fontes diferentes, nem forçar 2 ou mais assistentes a ficarem no mesmo canteiro.
Na sequência o jogador recolhe os cristais dos espaços onde a peça foi colocada. Caso a peça possua um símbolo, o jogador pode fazer uma ação especial, de acordo com o símbolo.
O símbolo de assistente, permite ao jogador posicionar um dos seus assistentes disponíveis naquele canteiro, caso não exista ainda nenhum outro assistente. O símbolo de habilidade permite ao jogador ativar alguma habilidade de seu tabuleiro ainda não ativada, ao custo de dois cristais. Essa ação só pode ser feita nesse momento, não podendo ser guardada para depois. Se for um símbolo de interrogação, o jogador pode fazer qualquer uma das duas ações.
Por último, o jogador pode plantar uma árvore, pagando o custo em cristais indicados em uma das árvores abertas. Depois ele pega a carta e coloca virada para baixo na sua frente, e posiciona uma peça de árvore em uma área de grama livre do tabuleiro.
Habilidades especiais do tabuleiro de jogador
Para ativar uma habilidade do tabuleiro o jogador paga um custo de dois cristais que são posicionados nos espaços. É preciso primeiro ativar a habilidade da linha inferior antes de ativar a superior, em qualquer ordem. As linhas de baixo são ações instantâneas e as de cima são pontuações ativadas para serem marcadas no final da partida.
Da esquerda para a direita existem as seguintes habilidades:
Linha inferior: a) trocar duas jóias por outras duas quaisquer, b) pegar uma peça de broto de 1 espaço, c) pegar 1 peça de broto de 2 espaços, d) adquirir um novo assistente e pegar uma carta de árvore da fila e reservar para adquiri-la em uma ação futura e, e) receber um novo assistente e pegar uma das peças de terreno no tabuleiro de relva.
Linha superior: a) ativa a pontuação de 2 pontos por espaço de escritura sagrada ao lado dos jardins controlados por aquele jogador, b) o jogador receberá 7 pontos no final da partida e os símbolos de ação especial podem ser utilizados como qualquer uma das duas opções, c) a pontuação por cristais não utilizados é ativada, sendo 1 ponto para as brancas, 2 pelas vermelhas e 3 pelas roxas, d) cada árvore adjacente aos jardins controlados pelo jogador dá 2 pontos e, e) cada assistente não utilizado dá 7 pontos no final de jogo.
Final de jogo e pontuação
Quando 2 montes de peças do tabuleiro de relva ficarem vazios, a rodada atual termina e são contados os pontos. Os jogadores ganham pontos por:
- As cartas de árvores plantadas, na quantidade indicada na carta;
- Os canteiros controlados, sendo 1 ponto de vitória para cada flor visível;
- Cada fonte controlada dá pontos de vitória, sendo: 4 para a roxa, 6 para a vermelha e 8 para a branca. Uma fonte é controlada pelo jogador que possuir o canteiro com a maior quantidade de espaços de jardim conectados àquela fonte. O que vale são os espaços, não a quantidade de flores.
- Marque os pontos das habilidades ativadas.
Após fazer a pontuação, o jogador que possuir mais pontos, vence a partida.
CONSIDERAÇÕES SOBRE ISHTAR
Ishtar era um jogo que estava na lista de mais esperados de da Feira de Essen do ano passado e as expectativas eram altas. Jogo do Bruno Cathala com colocação de peças e uma linda produção, só podia vir coisa boa. E veio.
Uma das primeiras coisas a chamar atenção no jogo é a arte linda do artista Biboun e a incrível produção do jogo. Não é um jogo de infinitas possibilidades, mas oferece ao menos umas 3 formas de se buscar a vitória. Tentar focar nas árvores e habilidades, ou quem sabe controlar fontes e ter grandes jardins, ou até um pouco de cada possa servir, tudo depende muito da partida.
A temática casa bem com as mecânicas, pois você vê ali o deserto e vai vendo ele se transformar em um lindo jardim florido e com belas árvores. A mecânica do rondel é muito interessante e oferece formas de você se planejar para escolher peças melhores. Claro, isso vai exigir que você gaste algumas jóias, mas que se bem utilizadas pode valer a pena.
Um pouco mais sobre Ishtar
A principal disputa no jogo são pelas jóias, pois são elas que vão te dar opções de jogadas mais ousadas e que podem gerar mais pontos, sem elas, fica difícil. Tanto que em muitos casos vale mais a pena posicionar uma peça por conta das jóias do que por formar a área do seu canteiro.
As fontes também podem ser lugares com uma boa briga entre os jogadores, mas, em muitos casos, não vale a pena focar tanto ali, pois o máximo que elas podem dar são 8 pontos. Então, é uma briga que vale a pena ser disputada, se for para aumentar bem o seu jardim e garantir mais pontos de vitória no final.
Ishtar vai exigir um planejamento a longo prazo, mas também muita tática rodada por rodada, exigindo que os jogadores se antecipem aos outros e até dar um block em alguns momentos, o que pode causar desconforto para quem não gosta desse tipo de interação. Isso acontece principalmente em jogos com mais jogadores, mas, como é um jogo de controle de área, acaba ficando interessante.
Apesar de muito redondo e ter vários elementos que mudam a cada partida, o jogo parece que com o tempo, pode acabar ficando repetitivo. Talvez uma expansão com cartas com árvores com habilidades diferentes e outros elementos possam oferecer uma melhoria nesse sentido.
No final Ishtar: Jardins da Babilônia é mais um ótimo jogo de Bruno Cathala, com uma produção incrível e que vai agradar a quem gosta de jogos de controle de área e colocação de peças.
O que gostei em Ishtar: Jardins da Babilônia
- Arte;
- Produção;
- Mecânicas;
- Tema;
- Jogo altamente estratégico e tático.
O que não gostei em Ishtar: Jardins da Babilônia
- Insert não cabe cartas com sleeves;
- Rejogabilidade.
Indicado para fãs de:
- Jogos de colocação de peças;
- Jogos competitivos e controle de área;
- Fãs de Bruno Cathala.