Publicado em setembro 1st, 2015 | por Renato J. Lopes
O Acre existe e em breve vai para a mesa!
Ah, o Acre! Mitológico estado brasileiro, conhecido por não ser conhecido e cuja a existência é contestada por muitos. Conheço (assim como a equipe dos desenvolvedores) pelo menos umas 5 pessoas que afirmam ter morado nesse território nacional e que lá, além de existir é um lugar bonito, cheio de belas paisagens e uma natureza inigualável! Uma terra assim merece um board game próprio, não? SIM! Conheça, Acre Board Game, uma bonita mistura de estratégia e cultura acreana que em breve vai estar entrando em financiamento coletivo!
A história do Acre (board game)
Tudo começou quando Felipe Brandt, apresentava o projeto final da disciplina de Projeto de Jogos, em seu mestrado em engenharia de sistemas e computação na linha de inteligência artificial na UFRJ, que era a criação de um jogo, como ele percebeu que não conseguir finalizar da maneira adequada, guardou o projeto para desenvolver em outro momento. Durante o Inverno de 2013 o jogo foi desengavetado e recebeu alguns ajustes e foi tomando forma. Quando Felipe viu que a ideia do jogo estava tomando uma proporção maior, convidou Johnny David, Tatiana Eucário e Davidson Passos para formar uma equipe e participar do projeto.
No ano seguinte, com a criação do primeiro tabuleiro e todas as cartas, todos os envolvidos puderam ver de perto como o jogo funcionava. Na época as ferramentas e móveis ainda eram cartas, dificultando a compreensão do jogo, fazendo com que elas se tornassem tolkens. Também foram feitos diversos ajustes para reduzir a duração das partidas, que chegava a seis horas!
O primeiro protótipo colorido veio em 2015 e a necessidade de contratar um artista para fazer a arte conceitual, ficando a cargo de Thiago Alves.
O jogo
Acre é um euro cujo objetivo é alcançar o maior número de pontos dentro do período de três anos através da execução de construções tais quais: móveis, ferramentas, construções sazonais, construções normais e monumentos. O jogador que no final dos três anos conseguir conquistar o maior número de pontos será o vencedor.
No jogo base é possível jogar de 2 a 4 jogadores e com a expansão será possível jogar em até 6 jogadores. A duração pode variar de uma hora e meia, a três horas, dependendo do número de jogadores e não tem restrição de idade. Claro, é exigido uma quantidade mínima de pensamento estratégico e raciocínio, no caso, é indicado acima de dez anos, mas nada impede que crianças participem das partidas.
Cada rodada é dividia em dia e noite. A primeira etapa do jogo é recuperar suas estâminas. São seis recuperadas por rodada, porém não pode ultrapassar seu máximo de estâmina que geralmente é dez.
Em seguida, os jogadores em ordem de iniciativa alocam suas ações, decidindo o que planejam fazer. Depois disso é hora de executar as ações concorrentes, que são realizadas na ordem que foram colocadas no tabuleiro: ações de extração de matéria-prima, serviços da cidade de transformar matéria-prima em subproduto e construção sazonal são realizadas nesta ordem. Depois todas as ações não concorrentes são realizadas na ordem de iniciativa. Após cada jogador realizar todas as suas ações planejadas é o momento de alimentar-se finalizando a fase diurna da rodada.
No início da fase noturna, os jogadores devem organizar seus itens dentro de casa. Os itens que ficarem do lado de fora, deverão ser colocados na varanda do tabuleiro pessoal. Se algum jogador tiver alguma ação sobrando ou ação noturna que pode ser realizada, deverá decidir fazer neste momento, na ordem de iniciativa. É possível, inclusive, roubar durante a noite. Se algum recurso, ferramenta ou móvel de outro jogador ficar do lado de fora, é possível roubá-lo. Após todos os jogadores realizarem suas ações noturnas, se houver algum item possível de ser roubado, o ladrão da cidade o fará. O jogador à esquerda de quem ainda tem recurso ou ferramenta desprotegidos deverá escolher um destes itens para jogar fora. Por fim, as matérias-primas no ambiente são recuperadas de acordo com a taxa descrita no calendário. A rodada termina após a atualização da ordem de iniciativa.
O jogo é focado para que cada jogador dependa somente de sua própria estratégia, como todo bom euro, tendo como aleatório, apenas a escolha dos monumentos, em que os jogadores pegam 3 cartas do monte, para escolher uma. Quanto mais difícil de construir, mais pontos concederá.
As rodadas funcionam com alocação de ações, muito parecida com a alocação de trabalhadores de Stone Age. Em Acre, o jogador é um trabalhador que precisa selecionar com cuidado as suas ações no dia, gerenciando os recursos que precisa para sobreviver e evoluir.
Também existe a evolução de monumentos inspirados em Tzolk’in, com mais evoluções para diferenciar os tipos de estratégias, para que cada jogador evite a repetição de táticas a cada nova partida. O mercado foi inspirado em Power Grid, onde a escassez de matéria-prima, faz o valor de comprar variar, forçando os jogadores a negociarem os recursos com o mercado, ou entre si. Apesar dessas inspirações, muitas mudanças foram feitas, fazendo com que Acre seja um jogo próprio.
O lançamento
Ainda não há previsão de preços, mas devido a quantidade de componentes, deve chegar próximo ao valor de jogos como Agrícola e Caverna.
O financiamento coletivo está programado para entrar no ar no dia 17 de novembro, uma data muito especial: o dia em que foi assinado o Tratado de Petrópolis, que incluiu o Acre ao território brasileiro. No financiamento haverão diversos heróis acreanos com habilidades especiais que serão liberados com as metas estendidas, além de alguns privilégios para os primeiros compradores.
Acompanhe as novidades do projeto na página do Facebook e quem sabe você não terá um protótipo para jogar bem pertinho de você?
Em breve mais novidades sobre o projeto aqui no Tábula Quadrada.