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Publicado em dezembro 18th, 2017 | por Emmanuel Deodato

Imersão BG: Retrospectiva 2017

Fala galera! Nossa última coluna do ano será muito especial! Faremos uma rápida retrospectiva dos melhores jogos, em imersão, que passaram aqui nas nossas páginas! É a retrospectiva 2017!

Foram 11 jogos que tiveram sua história demonstrada, seu pano de fundo explicado e vários detalhes que passaram pelos sonhos dos designers. Blood Rage, Terraforming Mars, Trajan, Orléans, Great Western Trail, Scythe, Spartacus: Um Jogo de Sangue e Traições, Jórvík, Viticulture, Clans of Caledonia e Le Havre.

Faremos a retrospectiva dos três melhores jogos em imersão e ainda, duas menções honrosas que se tornaram parte do meu imaginário. Lembrando que os critérios são puramente baseados no processo de se sentir parte do jogo, interagindo diretamente com sua história e essa sensação, pode ser bastante única. Segue aí!

Terceiro lugar: Great Western Trail

O jogo dos bois. Créditos Conclave

Indiscutivelmente um excelente jogo, para muitos estando no Top 5 de melhores jogos deste ano. Lançado aqui pela Conclave Editora, o designer Alexander Pfister mostrou-se capaz de produzir jogos diferentes sem perder a qualidade.

Além de toda a preocupação com as mecânicas, o designer fez um jogo com bastante imersão. Se a ideia era fazer com o que jogador se sentisse na pele de um rancheiro, contratando empregados capazes de transportar e entregar o seu gado no oeste dos Estados Unidos em pleno Século 19, bem, ele conseguiu.

A forma cíclica que o jogo acontece, provoca (junto do deckbuilding) uma sensação de crescimento e melhora. Não apenas do seu gado, mas da sua situação como rancheiro.

Para onde seguir? As estradas dos cowboys não possuíam muitas indicações

É preciso ganhar mais dinheiro, mas sacrificando dinheiro. É preciso investir em construções e maximizar suas ações. Mas, sem perder de vista os tão importantes “boizinhos”.

Toda a mecânica desenvolvida pelo designer propicia esse sentimento de um autêntico rancheiro. Melhor que isso, só se o jogo trouxesse terra norte americana dentro da caixa e couro de vaca.

Segundo lugar: Le Havre

Um dia no porto de Le Havre. Créditos Ludofy

Um jogo tão simples, carregando tantas nuances complexas. Sim, essa definição auxilia e muito a entender Le Havre. Vindo para nós pela Ludofy, Uwe Rosenberg se mostrou conhecedor de uma das histórias mais bonitas da França. Começando no antes, seguindo no durante e no pós-guerra.

A cidade de Le Havre se viu coberta de glórias, quando no lançamento de seu importante porto. Por lá transitavam pessoas famosas, navios incríveis e muita história.

Durante a Segunda Guerra a cidade se viu destruída, chegando a perder quase 90% de sua área construída no centro. Isso se transformou em um evento de reconstrução, luta e vitória.

Uma cidade que ressurgiu do caos. Créditos Unesco

Com todas essas sensações, é fácil perceber a construção da cidade na sua frente no jogo. Se tudo passa pelo porto, as construções vão dando o tom necessário à metrópole. Cada construção adicional, cada ação dos jogadores faz nascer uma cidade que se molda conforme as jogadas avançam.

Durante o jogo é muito fácil se sentir em um dia a dia portuário. Cargas chegando, sendo levadas, novas cargas chegando e assim sucessivamente. É simplesmente fantástico sentir como tudo ganha vida nesse belo jogo.

Primeiro Lugar: Viticulture

A caixa desse maravilhoso jogo. Créditos Ludofy

Outro jogo lançado aqui no Brasil pela Ludofy é o Viticulture. Nele, os designers nos convidam à sensação de administrar uma vinícola. Atividade essa que passará pela plantação das uvas, colheita, transformação delas em vinho e, pela construção e melhoria do seu espaço. Isso sem se esquecer do atendimento aos visitantes.

Independente dos problemas de mecânica (a famigerada tática de vencer sem plantar uma uva sequer) o jogo cumpre com o jogador a proposta de imersão. Seu tema é vívido, palpável. É possível sentir-se em um dia de verão (bastante disputado no começo do jogo). Bem como em outro momento, estarmos em uma jornada no inverno.

Trabalhadores disputando seu momento “viticultor”

O jogo não deixa a desejar na questão dos vinhos. É relaxante (e um pouco desesperador em alguns momentos) produzir seus próprios vinhos. Ver as uvas plantadas sendo colhidas e todo esse trabalho produzindo quatro tipos de vinhos diferentes, é sensacional.

Produzir de forma imaginária um autêntico Pinot Noir, ou um clássico Cabernet é um complemento único neste jogo. Tudo isso bem amarrado por uma arte belíssima, fluida, que deixa tudo mais bucólico, mais sensorial. Se tem problemas ou não, Viticulture é um jogo que não peca em sua imersão.

Menção Honrosa: Trajan e uma jogada histórica

Um jogo repleto de história. Créditos Devir

Lançado pela Devir, o jogo padece de uma crítica recorrente ao seu designer: tema insípido, colado em um jogo de tabuleiro. E é justamente por essa afirmação que merece essa menção honrosa.

Trajan não é um jogo com tema para todos, essa é a triste realidade. E bem, não entendam isso como uma crítica.

É um jogo de temática presente, leve, estruturada. Todas as ações tem correlação com o momento histórico retratado pelo designer. Se possui uma imersão maior ou menor é discutível, mas dizer que não há tema é excesso.

Conhecendo tudo que se passa pelo momento escolhido se percebe que as ações são bem marcadas, que a arte é interessante, que a interação é na medida correta. Tudo me faz refletir um tempo ido, de grandes avanços e construções, de expansionismo e conquista: de pão e circo.

Menção Mais Que Honrosa – Spartacus

Mais que um jogo, um retrato da série. Créditos Starz

Sem dúvida alguma um jogo imersivo, repleto de ícones e imagens que nos fazem sentir novamente o mundo de Spartacus. Isso para quem assistiu e gosta da série, por isso a menção mais que honrosa.

Spartacus: Um Jogo de Sangue e Traições, lançado pela Kronos Games, é o reflexo exato e saudosista de uma série fantástica, mas para quem é capaz de sentir isso.

Essa vírgula, essa pausa é o que fazem o jogo não estar em um top de imersão. É repleto de tema, as ações nos fazem sentir na série e as imagens retratam fielmente o que lembramos.

As traições estão ali e fazem um belo estrago. As batalhas nas areias de Capua são intensas e cheias de interesses dos Dominus que ali estão. Os gladiadores conseguem nos remeter a cada detalhe de batalha que assistimos.

Mas, não é um jogo imersivo para todos. É grandioso para aqueles (assim como esse que vos escreve) que adoravam assistir a série. Você sente a expectativa em ver o que Batiatus faria da próxima vez. Ou de como Crixus se tornou o Campeão de Capua. Ou ainda, como seria a batalha final de Spartacus na sua guerra.

Um jogo único para os fãs da série, que pecou sim, em não apresentar uma carta incrível do único Spartacus, o ator Andy Whitfield.

Considerações finais

Obrigado galera

Bom galera, encerramos nossa última coluna do ano e espero que tenham gostado. Foi algo diferente do habitual, mas ainda assim feito com muito carinho. Existem muitos jogos incríveis lançados aqui este ano para falarmos ainda, além de todos que irão chegar no ano seguinte.

Neste finalzinho de ano vamos fazer uma pausa nos textos, recarregar as baterias e voltar em 2018 com força total. Foi um grande aprendizado para mim, não apenas no hobby, escrever essa coluna e conhecer tantas pessoas incríveis.

Quero agradecer de coração a todos que sempre passam por aqui, que estão lendo meus textos. Agradecer a todos que acabam curtindo a coluna ou, que sempre comentam.

Recebo elogios e felicitações e fico sempre satisfeito, sabendo que a coluna tem entregado o que pensei, há 11 semanas. Agradeço ao Tábula Quadrada pelo espaço, a todos da equipe, em especial ao @rejolope por ter confiado essa missão a mim. Além de um grande amigo um motivador e um professor nesse nosso lindo hobby. Teremos novidades no próximo ano e, além de disso, nossa coluna Imersão BG boa de sempre.

Feliz natal e um ótimo final/começo de ano a todos.

Antes que esqueça, deixe ai nos comentários quais os jogos mais imersivos de 2017 para você.

Grande abraço!

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