Publicado em setembro 27th, 2018 | por Renato J. Lopes
Diversão Offline RJ 2018: um maluco (do interior) no pedaço
Eu sabia que o Rio de Janeiro é uma grande cidade, afinal de contas, era a terceira vez que eu ia visitar a cidade. Sabia que o Diversão Offline RJ 2018 ia ser incrível. O que eu não sabia era que iria viver uma experiência inesquecível.
Rolando no Centro de Eventos SulAmérica no Rio de Janeiro – RJ, durante os dias 22 e 23 de setembro, o Diversão Offline RJ foi incrível. Veja o que um maluco do interior achou do evento na cidade maravilhosa.
“Now this is a story, all about how
My life got flipped, turned upside-down…”
A viagem e a chegada
O Rio de Janeiro fica a exatamente 1085 km da minha casa. Foram 16 horas de ônibus até chegar ao local do evento. Infelizmente acabei perdendo a sessão fechada da Galápagos Jogos para a imprensa. A galera que foi conseguiu conhecer pegar de primeira mão os anúncios, além de jogar muitos jogos novos. Quando cheguei, só consegui ver as novidades.
O espaço dessa vez era bem maior e mais organizado que em São Paulo. Um ar condicionado ótimo que dava conta do recado, mas faltou um sistema de som. Acabei por perder as principais palestras, por conta de me distrair nas mesas e só lembrar delas depois. Claro que isso de forma alguma atrapalhou o evento que foi sensacional. Vamos falar um pouco sobre o que eu encontrei durante a minha passagem no evento.
Os estandes do lado direito do Diversão Offline RJ 2018
Logo na entrada, ao lado direito, estavam vários estandes como o da Grow, da loja RED e ao lado um gigante espaço para a Galápagos.
Galápagos Jogos
Tentei durante os dois dias e não consegui em nenhum momento um espaço em uma mesa. Mas, ali estavam os grandes lançamentos anunciados anteriormente e as novidades para a galera conhecer. Ali era possível jogar Rising Sun, Zombicide: Green Horde, Downforce, Sagrada, Civilization: A New Dawn, Cry Havoc, Battle For Rakugan, entre outros.
O espaço era muito bonito, com destaque para a mesa de desafio no melhor estilo “Passa ou Repassa” que durante o evento premiou os campeões do conhecimento em jogos de tabuleiro nacional.
Havia ali uma rifa solidária com o sorteio de um Small World Designer Edition, jogo avaliado em R$10 mil. O dinheiro arrecadado foi direcionado para a ONG Sonhar Acordado. Uma ação bem legal e olha, o jogo era lindão mesmo. Dava gosto só de olhar!
Quantas experiências diferentes, não é? E ainda tinha lá uma versão gigante de Scarabya (jogo de Bruno Cathala e Antoine Bauza) na parede e uma sala para Meet & Play com convidados e uma mesa lindona da Ludo Table com led e tudo.
O meio do salão
No meio, no mesmo rumo da Conclave, ao centro do espaço, estavam os estandes da Meeple BR Jogos, Redbox, Ludens Spirit, New Order e Legion CG. Na fileira do fundo, estavam a Geeks’n Orcs (com Potato Cat), Game Of Boards e The Game Maker.
Conclave Editora
De cara você dava com o estande da Conclave Editora, que dessa vez preparou dois espaços. Ao lado do estande, um espaço para jogos mais “gamers” e mais um fundo, um espaço família.
Logo ao lado do estande, no espaço mais gamer, havia uma mesa especial para o lançamento Captain Sonar, com os designers do jogo, Roberto Fraga e Yohan Lemonnier. As partidas ali estavam muito divertidas, com o Yohan fazendo a galera cair na risada com a sua interpretação única de Yellow Submarine.
Também era possível ver nas vitrines os anúncios da editora no espaço: Castles Of Mad King Ludwig, As Torres de Arkhanos, Formula E (que virá com tema diferente e mapa modular), Clank! e expansões, nova edição de Nosferatu, A Fuga da Torre, Fear, Flee, Monza, Fortress e Archaeology.
Já no espaço família, rolavam os jogos mais focados no público em geral e na família. Jogos como Animal Upon Animal e o lançamento Rhino Hero brilharam por lá. Era um dos espaços com mais pessoas jogando e onde se via famílias inteiras com crianças e adultos se divertindo o tempo todo.
Meeple BR Jogos
A Meeple BR mostrou tinha à venda suas últimas novidades: Terraforming Mars: Prelude, O Pequeno Príncipe e Carta Impera Victoria (CIV). Além disso, estavam à mostra Triora: Cidade das Bruxas em sua lindíssima versão final, Empires: Age of Discovery e Francis Drake, futuros lançamentos da editora.
No domingo, também era possível ver os novos anúncios da editora como Parque dos Dinossauros, Newton e Arquitetos do Reino Ocidental (que vou falar um pouco mais depois). Ali você via a galera jogando o tempo todo, os jogos da editora realmente conquistaram o público e a briga era feia por um espaço nas mesas.
Redbox Jogos
O espaço da editora estava dedicado a mostrar os seus jogos. Apesar de não ir ao evento com muitas surpresas, os jogos estavam lá e a galera passou muito tempo jogando. Você via na mesa jogos como Papertown, Bunny Kingdom, Ca$h’n Gun$, entre outros. Dava pra ver a galera se divertindo.
Ludens Spirit
A editora estava lá com vários protótipos e futuros lançamentos de jogos nacionais. Entre os destaques, estava o torneio de Grasse, jogo de Moisés Pacheco e Bianca Melyna. Quem ganhava a partida dos criadores, ganhava uma cópia do jogo.
Uma das novidades, era a aquisição de jogos que eram da Papaya Editora. A começar por Meeple Heist, de Thiago Boaventura que deve estar chegando em breve.
New Order Editora
O espaço da New Order era uma verdadeira arena de RPG. Lá você conseguia ver uma galera jogando seus dados e mesas com escudos do mestre. Para quem é fã de jogos desse estilo, era um prato cheio. Ali dava pra ver a galera jogando Sétimo Mar, O Chamado de Cthulhu e Strange, entre outros.
Geeks’n Orcs (com Potato Cat)
O estande da Geeks’n Orcs estava lá com seus jogos em diversas mesas, em parceria com a Potato Cat, que também levou seus jogos lançados e futuros lançamentos.
Na área da Geeks estavam jogos como Piratas, Kingdom Roll, Por Favor Não Corte Minha Cabeça, entre outros.
O pessoal da Potato Cat estava com seus jogos lançados Cartas a Vapor e Café Express, além do Project New Eden que já está chegando e os protótipos de Sereias e Cyber Squad. Ali também estavam à venda os micro jogos da Diceberry, como Lhama Jetpack, Sudokiller e Magic Flow. Os joguinhos parecem ser bem divertidos e com um preço bem bacana. Tem tudo para conquistar a galera fã de party games.
The Game Maker
A empresa que já trabalhava na produção de belos protótipos e jogos sob demanda, anunciou que agora vai publicar jogos regularmente. O primeiro jogo da TGM é Quixx, um party game para 2 a 4 pessoas e parece ser bem interessante. Aguardamos oportunidade para jogar e conhecer o jogo.
O lado esquerdo
Do lado esquerdo do salão estava a sala de palestras, a sala da Mandala Jogos. Saindo de lá, estavam vários estandes de lojas e editoras como a Pensamento Coletivo, Jogarta, entre outros.
Mandala Jogos
A editora ficou em uma sala separada do salão principal e foi bem propício para apresentar os seus jogos. Lá haviam mesa de Shakespeare (futuro lançamento), Covil, Projeto Gaia e as surpresas Costa Ruana e Not Alone.
O fundão ou área de protótipos da Mansão das Peças
O fundão do salão do Centro de Eventos SulAmérica era palco das grandes promessas do board game nacional. Ali estavam cerca de 20 protótipos para você conhecer. Sabe aquele jogo que vai ser sucesso no financiamento no ano que vem? Ele possivelmente estava ali.
A galera da Mansão das Peças cuidava do espaço com muito carinho e atenção, além de diversos game designers que vieram de muitos cantos diferentes para apresentarem seus jogos.
Ali você jogava, dava seu feedback e ainda concorria a prêmios nos sorteios. Um espaço que melhorou muito da edição paulista, pois ali não havia um concurso, mas um lugar para testar e conhecer novos jogos de autores nacionais. Tentei jogar vários, mas não consegui tudo, em especial Herdeiros do Khan. Fica para a próxima!
Jogos que joguei no Diversão Offline RJ 2018
Uma coisa que fiz de diferente nesse Diversão Offline RJ foi jogar. Consegui jogar muito mais que em São Paulo. Vou fazer um pequeno comentário sobre cada jogo.
Soberano (Protótipo – Conclave Editora)
Um card game com deck building bem interessante dos autores Lincoln Castro e Eduardo Damotta. Ele possui formas bacanas de utilizar as cartas, habilidades e pontuação diferentes. Deu vontade de jogar de novo para ter uma opinião mais profunda sobre o jogo, mas curti. Esperando pelo lançamento.
Clank! (Conclave Editora)
Não consegui jogar a partida inteira por conta do horário do ônibus para voltar ao meu Paraná. Mas, é um deck builder bem diferente, temático com aquela pegada de dungeon crawler que mais parece uma corrida. Tipo do jogo que vai te fazer perder alguns dias na mesa jogando de tão bom que é.
Piratas (Geeks’n Orcs)
Finalmente conheci esse fillerzinho nacional com take that bem divertido. Joguei com o Paulo do Covil dos Jogos, que me deu uma rasteira e ganhou o jogo com um tesouro meu. Jogo pra jogar em galera e dar muita risada se divertindo.
Cyber Squad (Protótipo – Potato Cat)
Um deck builder cooperativo com tema de pirataria na internet. Somos hackers expondo as grandes corporações, combatendo as injustiças e derrubando a galera da rede. A forma de colaborar entre si com cartas é bem interessante. Apesar de demorar um pouco mais do que o esperado, o jogo do Eduardo Guerra, promete.
Lei da Selva (Protótipo)
Um card game bem interessante em que os jogadores representam um predador e uma presa ocultos. Você vai ter que descobrir quais são os personagens dos adversários para evitar que eles ganhem antes de você. Ele utiliza a colocação de peças com um movimento em grid bem interessante para pontuar. Rodrigo Rego mais uma vez criando um jogo de regras simples, mas brilhante.
Van Gogh (Protótipo)
O André Teruya já provou que sabe fazer grandes jogos com Vinil e Mixtape. Com Van Gogh, ele utiliza a rolagem e manipulação de meeples para mostrar a tentativa de uma nova mecânica. Apesar de ter o resultado um pouco previsível, as ações auxiliam na manipulação para dar aquele feeling de coisa nova. Não é fácil ser um pensamento na cabeça de um gênio da pintura.
Rio 1808 (Protótipo)
O que falar de um jogo que reúne algumas das minhas mecânicas preferidas e um tema histórico pouco utilizado em jogos nacionais? Eu diria “brilhante” mas o designer é meu amigo e pode parecer que estou tentando puxar o saco dele.
Anderson Butilheiro conseguiu reunir mecânicas e tema em um jogo bem interessante e com potencial de ser um sucesso internacional. Aquele feeling de Simone Luciani, com uma pitadinha de Vital Lacerda e Jamey Stegmaier criou um jogo bem interessante. Com certeza um dos melhores protótipos que joguei no último ano.
Considerações Finais
A organização do evento estava 100%. A entrada mesmo era bem tranquila e sem muita burocracia. Tudo bem organizado e com toda a equipe trabalhando de forma pontual para fazer o evento funcionar. Mais uma vez a Fernanda Sereno, Allan Melo e Alexandre Melo de Brito e toda equipe acertaram.
Durante os dias do evento, eu não era o Renato do Tábula, mas um dos 3600 aficionados por jogos analógicos. Foi bom estar lá, poder jogar, conversar, conhecer e reencontrar a galera. É imprescindível ter esse contato com as pessoas que fazem o hobby acontecer no Brasil.
É isso, galera. Um evento sensacional, diferente de São Paulo, mas nem por isso inferior. Ao que tudo indica, temos dois encontros anuais com os melhores jogadores, produtores de conteúdo, editoras e lojas do Brasil. Nos encontramos em São Paulo em 2019!