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Publicado em janeiro 25th, 2017 | por Rafa Almeida

Falando de RPG: Anões

“O segredo da forja não está nos metais ou nas ferramentas que utilizamos. Mas sim, na absoluta sabedoria de que a criação é um fruto que deve nos alimentar e não envenenar”.

Olá pessoal! Eu estava em dúvida se colocaria artigos como esse na sessão “Dicas de Mestre” e eu achei melhor não colocar, pois é mais informativo do que propriamente dito, uma dica de utilização, apesar de dar para fazer isso… Rá!

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Ninguém toca no meu ouro

Sejam bem-vindos ao primeiro de infinitos FALANDO DE RPG! Aqui vamos falar sobre sistemas, classes, raças, regras de forma livre, entre outras coisas. Neste artigo vamos falar da raça Anão, que é a primeira raça de um manual de raças. Espero que gostem!

Anões estão no coração de todos que jogam RPG. Nem sempre são a raça preferida, mas é difícil ver um mestre que nunca teve um anão ganancioso entre seus PdM’s ou um ferreiro habilidoso. Independente de como os anões aparecem, fica claro que são uma raça rica e que tem muito a oferecer.

Mas de onde vieram os anões?

No nosso mundo, tudo começou em antigas lendas e contos Germânicos e Nórdicos. Inclusive, um dos contos mais famosos é a descrição que aparece na obra Edda Poética (A Profecia do Vidente). Lá diz que eles nasceram dos ossos e sangue de um gigante chamado Bláinn. Ymir, Aurgelmir e Bláinn (ou Brimir), eram gigantes nascidos do veneno elemental, criaturas primordiais que deram origem a todos os gigantes. Depois do cristianismo, as histórias de anões e gigantes continuaram sendo contadas entre os mais velhos e acabou se tornando parte do folclore desses povos. Foi nessa época, inclusive, que começaram as histórias sobre anões serem mestres curandeiros e grandes forjadores de armas e armaduras.

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Anões do universo de Tolkien no filme O Hobbit

Os anões em Tolkien

Agora, saindo do mundo atual e entrando no maravilhoso mundo da nossa imaginação, os anões sempre fizeram parte dos mundos fantásticos usados nas mesas de RPG, livros, e jogos eletrônicos. O mais difundido desses é a versão do titio J. R. R. Tolkien.

Na Terra-Média assim como os elfos, os anões despertaram no mundo de Arda na primeira era (especificamente nos Anos das Árvores ou a Era das Trevas como ela ficou conhecida). Nesse período o mundo era controlado pela Senhor do Escuro, conhecido como Melkor. Em segredo o valar Aulë, o forjador, criou nas montanhas uma raça para que ele pudesse ensinar suas artes. No entanto Ilúvatar, o Deus Único, descobriu sobre essas criações. Quando confrontado por Ilúvatar, Aulë ergueu seu martelo decidido a destruir suas criações. Mas o Deus Único, tocado pela vontade de seu servo, interrompe o valar e permite que eles continuem existindo. Porém, a condição para isso era que eles nunca despertassem antes dos primeiros-filhos, os elfos. Aulë então sela os Sete Pais dos Anões em câmaras de pedra nos confins da Terra-Média para aguardarem o momento certo para despertarem.

Anões em Dungeons & Dragons

No multiverso de Dungeons & Dragons existem algumas lendas. Dentre elas o mito mais comum é que Moradin, divindade e patriarca dos anões, foi nascido e encarnado em pedra, rocha e metal e que sua alma é uma brasa viva. A lenda conta que ele forjou os primeiros anões de metais e gemas preciosas. E que suas almas surgiram dos sopros que ele direcionou a eles para resfriá-los ao removê-los da forja.

Outra lenda diz que Moradin queria criar uma raça para passar todos os seus ensinamentos e devido a sua vontade de ferro, quando forjava armas e itens maravilhosos em sua oficina, as faíscas que caíam de suas marteladas no metal, ao tocarem na terra, se transformaram nos primeiros anões, forjados do metal mais puro e pelo desejo mais altruísta do deus anão.

Características dos anões

Os anões são conhecidos por serem bons mineradores e mestres artífices. Eles são guerreiros indomáveis, fortes e resistentes. Os reinos dos anões são poderosas cidadelas nas montanhas ou em minas. Sendo habilidosos com armas pesadas, como martelos em geral, eles são robustos, severos, poderosos como uma rocha e se prendem às suas crenças e ancestrais.

Os anões são reconhecidos facilmente pela altura, que não passa de um metro e meio. Eles têm o costume de trançar seus cabelos e suas barbas longas em padrões elaborados. Os trajes e o equipamento desse povo incluem armas e escudos, que são decorados com formas geométricas, jóias brutas e temas ancestrais.

Os anões são conhecidos pela sua dedicação e foco nos seus objetivos. Eles se organizam em clãs e pouquíssimos estendem seus laços de convivência com criaturas de outras raças. Podem até fazer laços com outras raças, mas para um bem maior, por uma motivação que está acima das suas próprias. Além disso, são criaturas com tendências extremamente leais, se dedicam ao seu clã e em trazer honra a sua casa. Dizem que a amizade de um anão quando verdadeira, dura mais que suas montanhas matronas.

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Cortem a cabeça!

Personalidade

Todos têm conhecimento dos traços básicos da personalidade de um anão, afinal eles são famosos graças a ela. Anões são baixinhos, esquentados, valentes, companheiros e arrogantes. Cabe a você jogador, decidir quais características você acha interessantes e aplicá-las no seu personagem. Por exemplo, em alguns cenários, anões tem uma arrogância especial para com elfos. Porém, se seu anão foi criado em uma vila humana, onde provavelmente conviveu com elfos, essa arrogância com elfos é desnecessária. Essa estranha familiaridade com elfos pode ser usada dentro de jogo, deixando seu personagem único e incomumente original.

Anões em Jogo

Em jogo, sempre que tiver oportunidade de interpretar, seja realmente um anão, não vai faltar oportunidades para isso. Solte frases arrogantes, palavrões e provocações, afinal das contas você é um anão. Inclusive, você pode inventar palavras para usar em seu idioma natural, dizendo que são palavras em linguagem anão.

Por exemplo, um anão criado em uma cidadela anã está em uma taverna bebendo com seus amigos. Sem mais nem menos ele se levanta e grita para o meio-orc de dois metros de altura da mesa ao lado: “seu maldito orc fedorento, pare de me encarar”. Provavelmente o meio-orc não estava encarando, mas agora está e talvez comece uma divertida briga de taverna, que talvez o anão perca, mas o mestre não vai matá-lo nem prendê-lo, afinal, você estava apenas interpretando e colaborando para o bom andamento do jogo.

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Um anão e sua montaria

Anões em Combate

Os anões adoram uma boa briga e se empolgam com a ideia de uma luta onde possam bradar com toda sua força seu machado ou seu martelo. É no campo de batalha que o anão se sente completo e é nele que ele deveria interpretar mais, não apenas rolar dados pensando no dano.

A minha dica na área de combate é se deixar levar por esta felicidade e gana que toma conta do seu personagem. Dê um grito de incentivo aos seus companheiros ao iniciar o combate, corra em direção ao inimigo maior e não pare de provocá-lo um minuto, até que ele esteja deitado inconsciente ou morto aos seus pés. O orgulho é o maior defeito do anão e também sua maior qualidade.

Espero que tenham curtido. Entre em contato e mande nos comentários mais raças que você gostaria de saber mais. Mais classes, regras, o que for, estamos abertos à discussão, afinal, ela é a essência de toda roda de amigos que jogam RPG.

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Um sucesso decisivo a todos e um ótimo jogo!

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