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Publicado em setembro 21st, 2016 | por Rafa Almeida

Fiasco: primeiro jogo totalmente colaborativo a ser publicado no Brasil

Fiasco: s.m. Fracasso completo, insucesso ridículo e vexatório. Na vida real ninguém gosta de passar por isso, mas acontece. Que tal experimentar um sistema que leva isso a sério (e na brincadeira)?

Fiasco é um sistema bem diferente dos tradicionais que conhecemos, desenvolvidos para campanhas. Criado por Jason Morningstar, publicado originalmente pela Bully Pulpit e no Brasil pela Retropunk Publicações, é um one-shot (aventura única). Não existem fichas de personagem e também não é necessário ter um mestre. O sistema é inspirado por filmes onde pessoas comuns fazem loucuras e sempre sofrem com um azar descomunal, como por exemplo Rock’n’Rolla, Trapaças e Dois Canos Fumegantes ou Queime Depois de Ler.

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Preparado para o golpe?

Em Fiasco os jogadores não escolhem o personagem, não existe uma criação de personagem, tampouco ficha de personagem e para completar também não sabem exatamente o que vai acontecer na sessão de jogo. A única informação que os jogadores têm é o cenário da sessão. Como por exemplo: uma pequena cidade litorânea, ou uma estação de pesquisa na Antártica, uma mansão abandonada e só. Nada além disto.

Não existe um mestre, já que todos os jogadores são narradores. Além dos personagens do jogo, tudo é decidido em conjunto entre os players, utilizando tabelas, uma montanha de dados de seis faces e muito bom humor.

O sistema é jogado com vários D6. São quatro para cada jogador, sendo que obrigatoriamente dois devem ser brancos e dois pretos, ou duas cores quaisquer que você tenha em casa.

A primeira coisa a ser feita é rolar os 12, 16 ou 20 dados, ou seja, essa rolagem inicial depende do número de jogadores (recomenda-se de três a cinco jogadores). A partir dos resultados, utiliza-se uma tabela para a criação do cenário (acredite, a aleatoriedade e o número de possibilidades presentes na tabela são incríveis). Resumindo: cada número dos resultados corresponde a uma entrada na tabela de cenário e especificam suas relações com os outros personagens, necessidades durante a sessão de jogo, objeto que possuem ou podem passar a possuir e local da aventura. Mas, antes de começarem as cenas, é necessário realizar a preparação.

A preparação é muito simples e ao final desta fase você terá noção do que é o seu personagem. Os personagens terão duas relações interpessoais: uma com o jogador a sua esquerda e outra com o jogador a sua direita. Provavelmente o personagem terá uma necessidade (sair da cidade, assaltar um banco, transar com a secretária ou se vingar de um assaltante), e talvez um objeto (uma pistola 9 mm, uma chave de algum cofre ou armário, uma caixa de música, um anel de noivado, etc.). A partir deste momento você pode criar a sua cena, mas precisa ter em mente que existem apenas duas opções para se criar uma cena, estabelecer ou resolver. O jogador precisa escolher uma destas, não pode fazer as duas ao mesmo tempo.

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Um esqueminha de como as coisas funcionam

Estabelecer significa que o jogador irá focar o seu personagem e usar as cenas para cumprir suas necessidades ou objetivos. Essa cena pode ser uma descrição ou ter interpretação entre os jogadores. Pode ser um flashback do passado ou uma cena do presente. O jogador que estabeleceu decide quem estará presente na cena e sua estrutura, porém, são os outros jogadores que decidem como essa cena termina. Após a narração da cena, os jogadores pegam um de seus dados e te entregam, se for um dado branco ou claro a cena termina de forma positiva, porém se for preto a cena termina mal para o personagem.

Se o jogador escolhe resolver, os outros jogadores irão criar uma cena que inclua o seu personagem. Alguma loucura pode começar a acontecer neste momento, até porque é daí que vem o nome Fiasco, pois no final sempre pode acabar mal, mas o lado bom disso, é que apesar da cena, você tem o poder de escolher o final utilizando um de seus dados brancos ou pretos.

Parece fácil assim, já que temos o poder de resolver o final da cena. Mas nem sempre isso é vantagem. As escolhas são difíceis e muito divertidas, pois no final, o sistema acaba nos encurralando. Então a dica é: pegue o que aconteceu com você, aceite e se divirta com isso, afinal os dados vão acabando e os pretos eventualmente vão ter que ser escolhidos.

Ao final do jogo, os dados vão se acabar. Cada jogador teve quatro cenas criadas ou encerradas e é bem possível que ele esteja preso em algum porão sendo torturado, ou dentro de algum porta malas amarrado, ou até em algum beco atrás do cassino levando uma surra por contar cartas no blackjack. Haha!

O que percebemos quando termina a aventura é que não interessa se as coisas acabaram bem ou mal, com certeza foi uma aventura muito divertida. Sempre me lembro do filme Se Beber Não Case, em que você vê acontecendo loucuras em sequência. Fiasco proporciona uma aula de improvisação e interpretação, além de ampliar horizontes e fortalecer a criatividade, afinal é uma narrativa totalmente compartilhada.

Fiasco não tem campanha. Tem início, meio e fim. E cada sessão é uma aventura diferente com cenário diferente, personagens diferentes e cenas diferentes. Extremamente divertido, muito engraçado e tira de nós o melhor ou pior. Vá fundo, entre no site da Retropunk Publicações, adquira logo o seu exemplar e vamos contar histórias.

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Um sucesso decisivo a todos e bom jogo!

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