Notícias Through The Ages

Publicado em abril 25th, 2018 | por Emmanuel Deodato

Imersão BG: Especial Through The Ages – Baralho A

Começa aqui nosso primeiro texto de uma série especial sobre Through The Ages: Uma Nova História da Civilização. Esse jogão de Vlaada Chvátil, lançado aqui pela Devir.

Na última coluna Imersão BG de cada mês, falaremos sobre um dos baralhos do jogo (A, I, II e III). Aqui explicaremos um pouco sobre as maravilhas, os líderes, as tecnologias e tudo mais que por ventura possa caber aqui.

Sem mais delongas, iniciamos esse especial com o baralho A, aquele que surge e desaparece em um piscar de olhos. Aqui não temos o Delorean, mas a viagem pela história tá garantida (segura esse trocadilho aí seu McFly).

Bronze e Agricultura: começam as bases da civilização

Through The Ages

Aqui de boa, derretendo uns metais. Créditos The Telegraph

 

Toda imersão de Through The Ages se abre ao jogador assim que seu tabuleiro individual é colocado em sua frente. Temos algumas tecnologias iniciais para iniciar o trabalho de construção de sua civilização. Dentro dessas, destacam-se as tecnologias de produção de recursos: agricultura e o bronze.

A agricultura compreende o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas e obter delas inúmeros recursos diferentes. Seja alimentos, bebidas, remédios, energia, entre outros. Nada mais próprio do início das grandes civilizações do que o momento em que se consegue produzir alimento em grande quantidade, sem a necessidade de deslocamento.

Essa capacidade é combinada com o bronze. Ali no tabuleiro representa verdadeiramente a habilidade das civilizações em extrair e fundir metais. Principalmente no caso em debate, estanho e cobre, que fundidos formam a liga de bronze.

A Idade do Bronze permitiu às civilizações aumentarem sua produção de comida e suas trocas comerciais. Eles foram embalados pela qualidade e facilidade dos instrumentos da época. É o salto inicial que nossa civilização precisa no jogo.

Alie tudo isso às cartas de eventos desse baralho que propiciam o desenvolvimento de diversos avanços para nossa civilização em Through The Ages.

Filosofia e Religião: o embate da moral, da ética e da falta delas

Through The Ages

Penso, logo jogo board games

De um lado a construção da base firme da nossa civilização perpassa pelos recursos e alimentos. Do outro, a sua solidez é tangenciada pelas ciências e religião.

Bem, já faço um aviso que não haverá polêmica e não entrarei no embate religioso. O que se faz necessário aqui é entender que a religião orientou o sentimento de inúmeras civilizações, tendo sido inclusive, o berço de tantas outras.

Assim como a religião, é impossível falar das grandes civilizações sem imaginar seus avanços científicos, promovidos inicialmente pela filosofia.

Se você acredita que filosofia é uma perda de tempo e é simples confabulação do nada, meu caro, você está incrivelmente enganado. Alinhando-se inicialmente com a matemática e a astronomia, a filosofia pontuava de maneira sólida o pensamento humano em diversas áreas.

Foi por intermédio da filosofia que tantas outras ciências nasceram e, se tornaram parte importante das civilizações. Admoestar a filosofia como se não fosse importante é relegar a história das civilizações.

Sem contar que se você não investir adequadamente em filosofia e religião, lhe faltarão pontos de ciências e rostos felizes. Isso sim é um grande problema para o seu futuro.

A forma de governo inicial: Despotismo

Through The Ages

O controle de poder por uma única entidade: remember, remember

Como forma de governo inicial, possuímos o Despotismo, mas nem todo mundo sabe o seu significado. Despotismo é uma forma de governo no qual uma única entidade terá o controle absoluto do governo. Ela possui poder ilimitado.

Tivemos déspotas na França (oui, oui Napoleão?), no Reino da Prússia (ja, já Frederico II?) entre outros. Todos governando com poderes absolutos e de forma arbitrária, opressora.

É uma forma de governo extremamente centralizada e bastante comum no surgimento das civilizações. Mesmo quando disfarçada de outros nomes.

Em nosso jogo, percebemos que o despotismo não é equilibrado e pouco eficiente. A sociedade se rebela facilmente e constantemente, contra as imposições desse governo, gerando constantes ondas revolucionárias.

Assim, não é difícil de entender os motivos que levam esse governo a nos dar poucas ações (civis e militares). É um reflexo de sua centralização forçada que acaba gerando uma ineficiência administrativa. A centralização excessiva propicia mais desvios e gera menor eficiência.

Nada melhor do que a troca de período e aparecer uma Teocracia, ou até mesmo Monarquia. Isso vai dar mais opções ao jogo e melhorar a qualidade geral de nossa nação.

Vai pra guerra? Guerreiros na área

Through The Ages

Um guerreiro hoplita

Como nossa primeira unidade militar temos os Guerreiros. Apesar do termo infantaria ter sido criado apenas no Século 15, a existência de unidades militares remonta à antiguidade.

Durante os períodos históricos mais antigos, as infantarias se limitavam a uma linha de combatentes armados. Sempre liderados pela voz de seu hábil comandante. Ao longo do tempo as unidades ganharam armas melhores, equipamentos e armaduras. Isso fez com que fossem se especializando.

Na Antiguidade Clássica destacavam-se os Imortais do Império Persa, os Hoplitas da Grécia Antiga e a Legião Romana. E é com essa unidade de combate direto, pouco estruturada que iniciamos nossa caminhada civilizatória. Em princípio não temos tantas preocupações bélicas, no máximo impedir uma ou outra invasão.

Líderes de respeito

Through The Ages

Aristóteles ensinando Alexandre, o Grande. Gravura de Charles Laplante

Como toda civilização em crescimento, precisamos de um líder, um visionário, alguém que te forneça habilidades únicas. E bem, no baralho A temos alguns bons exemplares.

Júlio César

Foi um patrício, político romano e importante líder militar. Foi fundamental durante a transição da República Romana para o Império Romano. Por isso sua habilidade fornece poderio militar (e uma ação extra) bem como fortalece sua Ação Política.

Homero

Foi um poeta grego, que viveu na Grécia Antiga, autor dos famosos Ilíada e Odisseia. Até os dias atuais existem posições conflituosas sobre a existência verídica desse personagem. Fato é que sua capacidade em fornecer sagas ao povo concede maior participação deste (fornecendo mais um rosto feliz e mais recursos para ações militares). Ele sabe como inflamar e entreter a plateia.

Moisés

Foi um líder religioso, legislador e profeta, sendo um dos mais importantes do judaísmo e do cristianismo. Conduzir um povo inteiro pelo deserto não é tarefa fácil, ainda mais alimentá-los. Por isso, sua habilidade consiste em recrutar novos trabalhadores pagando um alimento a menos.

Hamurabi

Foi um rei babilônico, tendo conquistado a Suméria e a Acádia. Sua grande contribuição foi ter desenvolvido o chamado Código de Hamurabi. Aqueles artigos que descreviam casos e punições, a serem aplicadas aos fatos semelhantes. Talvez por essa coordenação da vida civil, sua habilidade seja transformar uma ação militar em ação civil.

Aristóteles

Foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor do próximo líder. Os seus escritos abrangem diversos assuntos, como física, música, retórica, ética, entre outros. Por essa sua capacidade e versatilidade sua habilidade consiste em ganhar um ponto de ciência sempre que pegar uma carta de tecnologia.

Alexandre, o Grande

Aluno de Aristóteles, rei da Macedônia, sendo um formidável estrategista e conquistador militar. Em verdade, boa parte de seu reinado passou em batalhas. Assim, sua habilidade consiste em ter mais força militar e, poder descartá-lo para ganhar um token de população. Se ele expande seu reino, ele aumenta seu reino.

Maravilhas para todo o lado, mas apenas quatro

Through The Ages

Uma rápida passada por Imhotep

O jogo nos fornece ainda maravilhas para serem construídas. Cada qual possuindo habilidades e custos, na maioria das vezes exorbitantes.

Os Jardins Suspensos da Babilônia são uma das sete maravilhas do mundo antigo. Pouco se sabe sobre sua arquitetura e estrutura. Por isso, alguns historiadores apontam uma possibilidade de sua construção ser mítica ou exagerada. O fato é que jardins e praças servem ao bom uso da população, assim, fornece cultura e felicidade.

A Biblioteca de Alexandria foi uma das mais célebres bibliotecas da história e um dos maiores centros do saber da Antiguidade. Ao longo do tempo foi atacada e destruídas por saqueadores, incêndios e outros fatores. O que levou à existência de poucos vestígios de sua existência e funcionamento. Mas, oferecia conhecimento. Por isso, sua habilidade no jogo fornece cultura e ciência, além de aumentar seu limite de mão (capacidade mental expandida talvez).

O Colosso de Rodes foi uma das maiores estátuas do mundo antigo. Construída na cidade de Rodes para celebrar a vitória contra uma invasão. Acabou sendo destruída por um terremoto em 226 a.C. e nunca foi reconstruída. Mas por seu significado, fornece como habilidades a expansão das suas forças militares e de colonização.

Pirâmides do Egito são estruturas antigas de alvenaria, construídas no Egito Antigo. A maioria das pirâmides foram construídas como túmulos para os faraós durante o Antigo e Médio Império. Por sua mobilização social e imposição naquele momento, sua habilidade é fornecer uma ação civil a mais. Acha que foi fácil construir tudo aquilo?

Through The Ages: baralho A de amor

Through The Ages

Alexandre, o Grande e as grandes Pirâmides

O baralho “A” de Through The Ages é bastante condizente com a proposta do jogo. Estamos iniciando nossa civilização e dando o pontapé para seu crescimento. Nada mais justo que explorarmos o passado, a história do mundo aqui.

Fornecendo bons líderes, boas maravilhas e algumas cartas auxiliares, esse baralho permite traçar sua estratégia e pontuar algumas ações táticas. Deixando tudo encaminhado (até tudo dar errado).

Se você estiver jogando em dois jogadores, ter uma ação civil extra com Hamurabi é interessantíssimo (talvez o líder favorito da patroa). Se quiser rumar para a guerra e já investir em Júlio César, é algo a se pensar.

O baralho “A” permeia nossas mentes com o passado e nos encaixa dentro da imersão do jogo. É uma evolução constante.

Lógico que tudo isso até o próximo baralho entrar em jogo e oferecer possibilidades diversas. Cheio de novas formas de trilhar o seu caminho. No fim, esse baralho dirá como sua civilização iniciou, mas dificilmente dirá como ela terminará em Through The Ages.

Imersão BG

Espero que tenham gostado desse nosso especial de Through The Ages: Uma Nova História da Civilização. Lembrando que ele irá ocorrer na última coluna de cada mês.

Na próxima semana passeamos pelo Império Romano, em seu crescimento econômico, tudo muito belo, concorda?

Abraços a todos!

Tags: , , , , , , , ,


Sobre o Autor



Voltar ao Topo ↑