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Publicado em fevereiro 10th, 2016 | por Caio Romero

Masmorra de Naipes: paciência pra RPGista

Final de semana carnavalesco e eu de bobeira em casa. Depois de coletar umas moedas no Pokémon Shuffle e no Pokémon TCG Online, pegar diamantes no Pokémon Rumble World e treinar meus novos Dragonite e Starmie em Pokémon Y, cheguei ao ponto de pegar meu baralho (não de Pokémon, meu baralho comunzão, dos que a galera joga truco nos almoços de família) pra jogar Paciência.

Com os posts falando de preparação de sessão, de Brainstorm e Seleção, já concluídos, chegou a hora de pensar na Conceitualização, a etapa de conectar e expandir as ideias. Mas, olhando para o meu baralho e pronto pra jogar uma partida de Paciência, veio a ideia: por que não pensar e desenvolver um jogo rápido, com a pegada de Paciência só que melhor? Aí lá se vai meu final de semana pra chegar nisso aqui: Masmorra de Naipes!

A ideia do jogo é simples: desbravar os corredores de uma masmorra de 4 pisos e derrotar os chefões de cada um deles, juntando o máximo de ouro que puder. Pra jogar, tudo que você vai precisar é de um baralho de 52 cartas (sem curingas) e um marcador de posição (pode ser uma miniatura de RPG, ou qualquer outra coisa desse tamanho). Ah, um d12 (dado de 12 faces) também pode ajudar, mas relaxa que não é indispensável.

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Os equipamentos necessários para a aventura solo!

Primeiramente, separe os 4 Reis (K). Depois, separe todas as cartas de Paus, as de Espadas, as de Ouros e as de Copas. Separe também o Valete (J) e a Dama (Q) de Copas das demais cartas de Copas como na imagem a seguir.

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Cartas separadas para o início do setup

Embaralhe os Reis e coloque-os virados, mais à direita. Junte o Valete (J) e a Dama (Q) de Copas às cartas de Ouros.

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Começando a preparação

Embaralhe as cartas de Paus e coloque-as viradas para baixo na horizontal. Faça o mesmo com as cartas de Espadas, mas coloque-as em pé, à direita do monte de Paus.

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Quase tudo pronto pra começar o jogo. =)

Por último, embaralhe as cartas de Ouros, e o Valete (J) e a Dama (Q) de Copas, e coloque-os entre os montes de Espadas e os Reis conforme a imagem na sequência, em colunas com 5, 4, 3 e 2 cartas deitadas e viradas para baixo.

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Agora sim! Setup no jeito pra treta ter início

Vamos às explicações básicas pra que você entenda o que fez até agora. O primeiro monte de cartas, viradas e deitadas (as de Paus), representa a força de ataque dos monstros que você enfrentará. O segundo monte de cartas, viradas em pé (as de Espadas), representa a sua força de ataque. As cartas de Copas representam os seus pontos de vida. Faça um monte com elas na sequência decrescente (10, 9…) até o Ás (A). Você começa o jogo com 10 de vida, então deixe o 10 de Copas por cima. As cartas, viradas e deitadas em colunas, representam as salas da masmorra que você explorará. Cada coluna representa um corredor repleto de salas que você vasculhará até chegar ao chefe. Os Reis (K) são os chefes, ou seja, é preciso derrotar um chefe ao fim de cada piso da masmorra. “Beleza, Caio, mas como isso acontece?”. Vamos lá, dê uma olhada na imagem de baixo.

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Chutando a porta da primeira sala

Pra começar o jogo, você precisará escolher por onde entrará na masmorra. A primeira coluna tem 5 cartas. Em outras palavras: o primeiro corredor tem 5 salas, escolha uma delas e vire a carta, colocando seu marcador de posição sobre a carta. Na foto acima, virei a carta 6 de Ouros. Isso quer dizer que nesta sala existem 6 monstros e, caso eu continue vivo, sairei dela com 6 moedas de ouro. Você deve estar se perguntando como são os embates. É simples. Lembra que eu disse que o monte de Paus representa a força de ataque dos monstros e o monte de Espadas representa a sua força de ataque? Então, é com eles que se define cada confronto. No caso, como a sala tem 6 monstros, preciso sobreviver a 6 confrontos.

Com os montes de Paus e Espadas embaralhados, um confronto tem início puxando a carta do topo do monte de Paus para saber qual o ataque do primeiro monstro, e puxando a carta do topo do monte de Espadas para saber o seu ataque contra o primeiro monstro.

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Combatendo o primeiro monstro

Repare na imagem acima que perdi o primeiro confronto. A força de ataque do monstro foi de 11, enquanto a minha foi 6 (lembrando que Valetes/J valem 11 e Damas/Q valem 12). Por isso, perdi um ponto de vida e coloquei o 10 de Copas no fundo do meu monte de Copas. Ah, o d12 pode ser usado pra contar quantos confrontos faltam acontecer na sala (ou quantos aconteceram), mas dá pra contar de cabeça, numa boa. Se a sua força de ataque num confronto for igual ou maior que a do monstro, você vence (e não perde pontos de vida), do contrário, você perde um ponto de vida. Vá puxando uma carta de cada um dos dois montes para resolver cada confronto que falta até completar a quantidade de monstros da sala (no caso, 6) e contabilize seus pontos de vida a cada confronto.

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Vencendo uma sala

Quando acabarem os confrontos de uma sala e você tiver ao menos um ponto de vida restando, você pega a carta da sala e a coloca ao lado dos seus pontos de vida. Essa carta representa a quantidade de moedas de ouro que você tem para gastar agora, antes de invadir a próxima sala. Repare na foto anterior que eu terminei os confrontos da sala com 8 pontos de vida. “Tá, mas o que eu faço com esse ouro?”. Vamos lá.

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Gastando ouro pra recuperar pontos de vida

Depois da fase de invasão e da fase de confrontos, é hora da manutenção. Nessa fase, uma das coisas que você pode fazer é gastar o ouro que tem para recuperar sua vida. Cada ponto de vida custa 1 de ouro. Ou seja, eu tinha 6 moedas de ouro para gastar e 2 pontos de vida para recuperar. Gastei 2 de ouro e retornei minha vida para o 10. O ouro que sobra é perdido. No caso, gastei os 6 de ouro para comprar 2 pontos de vida.

Após cada manutenção, é preciso embaralhar novamente os dois montes de força de ataque, o dos monstros (Paus) e o seu (Espadas). É hora de escolher e invadir uma das salas do próximo corredor.

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12 monstros?!

Na imagem acima você pode notar que eu não dei muita sorte, ou dei, depende do ponto de vista. A carta da sala é uma Dama de Ouros (Q). A sala que eu invadi tem 12 monstros, o que também significa mais ouro!

Saca só, sobrevivi aos 12 confrontos da sala, saí com 5 pontos de vida e 12 moedas de ouro para gastar.

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Rico e nem tão ferido assim…

Na fase de manutenção, além de gastar o ouro recuperando vida, você pode comprar a última carta de ataque sua puxada (apenas a última). Repare na imagem anterior que a minha era um Ás (A). Pra fazer isso, você precisa pagar em ouro o valor da carta. Nesse caso, eu poderia comprá-la por 1 moeda de ouro. E é o que eu faço. Com 12 moedas de ouro para gastar, compro 5 pontos de vida e gasto mais uma moeda para comprar a última carta de ataque.

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Gastando ouro para comprar a última carta de ataque

A essa altura, você deve estar tentando entender pra que serve essa carta que eu comprei. Explico: é possível jogá-la a qualquer momento durante a próxima sequência de confrontos. Veja só, a próxima sala que invado tem 5 monstros. Entro nela e puxo a carta do topo do monte de Paus, indicando a força de ataque do primeiro monstro.

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Iniciando mais uma sequência de confrontos

A força de ataque desse primeiro monstro é 1 (por causa do Ás/A). O Ás que eu tenho comigo é suficiente pra vencer esse primeiro confronto e, como não quero gastar uma carta maior para vencê-lo, posso jogá-lo em vez de puxar uma carta do meu monte (Espadas).

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Utilizando uma carta de ataque comprada

Ao fim dos confrontos nesta sala, fiquei com 7 pontos de vida e 5 moedas de ouro para gastar.

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Mais uma etapa de manutenção tem início

Como a minha última carta de ataque é um 2, gasto 2 de ouro para comprá-la e mais 3 de ouro para recuperar toda a minha vida.

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Vida cheia e ataque reserva!

A carta da próxima sala que invado é um Valete (J) de Copas. Repare que não é uma carta de Ouros. Ainda assim, preciso vencer os 11 monstros que estão nela para por as mãos na recompensa que, dessa vez, não é ouro.

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Nada de ouro dessa vez?

Jogo os 11 confrontos da sala normalmente e sobrevivo com 8 pontos de vida. Em vez de ouro para gastar, dessa vez recebo um upgrade nos meus pontos de vida. O Valete (J) de Copas é colocado junto às minhas cartas de Copas, representando que agora a minha vida máxima é 11 em vez de 10.

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Upgrade nos pontos de vida!

Sem ouro pra gastar, pulo a fase de manutenção e vou direto para o chefão! Viro a primeira carta dos chefes e eis que me deparo com o Rei (K) de Copas.

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O primeiro boss!

Contra o chefe, você deve fazer todos os confrontos possíveis (12 no momento). Fiz os 12 confrontos e sobrevivi, com 4 pontos de vida. Como o Rei que venci é o de Copas, a carta dele funciona como um novo upgrade nos meus pontos de vida. Porém, ainda preciso da Dama (Q) de Copas para passar de 11 para 13 de vida máxima.

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Mega upgrade nos pontos de vida

Para avançar pela masmorra e percorrer o próximo piso, é preciso arrumar os corredores (aproximando as cartas de cada coluna e tapando os espaços vazios) e retornar seu marcador de posição para o início.

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Preparando a invasão do piso inferior

Com os meus míseros 4 pontos de vida, lá vou eu para a próxima sala e… me deparo com nada menos que 11 monstros! Aí não deu. Não resisti aos confrontos e acabei abatido. “Ué, Caio, e agora? Acabou o jogo?”.

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A primeira derrota

Quando você é abatido, todos os seus upgrades são removidos de jogo. No caso, precisei separar o Valete (J) e o Rei (K) de Copas dos meus pontos de vida, ou seja: minha vida máxima voltou ao 10. Ah, além disso, é preciso fazer uma coisinha com as cartas de ouro que você tem até o momento, repare que eu tinha 3 cartas de ouro nesse ponto do jogo.

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Upgrades perdidos, mas… e meu ouro?

Sempre que for abatido, você perde a metade das cartas de ouro que conseguiu até o momento (arredondada pra cima). Pra isso, é preciso embaralhar as cartas e retirar aleatoriamente a parte perdida, separando-a junto com os upgrades perdidos. No caso, eu tinha 3 cartas de ouro e perdi duas. A carta que sobrou é colocada virada para baixo sobre a carta da sala em que fui derrotado, representando a parte do meu ouro que caiu no chão e pode ser recuperada.

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Parte do meu ouro está no chão…

Depois de derrotado, seu personagem foge covardemente e retorna ao início daquele piso, com sua vida recuperada, podendo escolher qualquer sala do primeiro corredor. Eu decidi adentrar a sala que já estava revelada, para tentar recuperar o meu ouro que caiu no chão. A sorte estava do meu lado. Dessa vez venci os 11 confrontos perdendo apenas 3 pontos de vida, peguei meu ouro do chão e também as 11 novas moedas de ouro da sala.

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Revanche!

Assim o jogo segue, até que os 4 chefes sejam derrotados. Veja que, na sequência, recuperei meus pontos de vida e comprei a última carta de ataque para invadir a próxima sala, onde me deparei com 8 monstros.

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Bora limpar essa masmorra!

Após vencer os 4 chefes, some os valores das cartas de Ouros que pegou. Adicione ao resultado os seus pontos de vida atuais após o último chefe vencido. Essa será sua pontuação final do jogo. Lembrando que cada Rei (K) vencido fornece um bônus diferente no jogo. Na foto abaixo, coloquei as cartas sobre os montes aos quais elas vão quando derrotadas.

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Cada boss rendendo um bônus!

O Rei (K) de Paus aumenta a força de ataque dos monstros. O Rei (K) de Espadas aumenta a sua força de ataque. O Rei (K) de Copas aumenta a sua vida (lembrando que você ainda precisará do Valete e da Dama de Copas para que isso aconteça). E o Rei (K) de Ouros, assim como as outras cartas de Ouros, vale moedas para serem gastas na próxima manutenção (13). Os Reis de Espadas e Copas são perdidos permanentemente quando você é abatido. O Rei de Ouros pode ser perdido junto à metade de ouro (arredondada pra cima) que sai de jogo quando você é abatido. E o Rei de Paus é o único que não sai de jogo depois que você é abatido.

Em batalhas com chefes, é preciso vencer o máximo de confrontos possíveis. Caso as duas pilhas de força de ataque tenham recebido upgrade dos Reis de Paus e Espadas, será possível jogar 13 confrontos. Se apenas uma das pilhas tiver 13 cartas (e a outra 12), a pilha com 12 perde um confronto automaticamente numa batalha contra chefe.

Enfim, isso é tudo. Puts, pensei em fazer esse post no lugar da Conceitualização porque seria mais rápido, mas… deu muito mais trabalho! Em todo caso, acompanhem nossos próximos posts que mais e mais coisas legais vêm por aí!

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Sobre o Autor

Mochileiro de palavras, músico de brincadeira, ilustrador de passatempo, RPGista de carteirinha e mestre Pokémon das antigas.



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