Publicado em janeiro 10th, 2018 | por Gilberto Guerra
Mecânica BG: Eliminação de Jogador
Começando a coluna em 2018 com uma mecânica polêmica. Ela dificilmente agrada ao jogador que sofre suas consequências, ainda mais em jogos longos. Eliminação de Jogador leva as punições de uma má decisão, ou do azar, ao extremo.
A eliminação de jogador, como o nome diz, consiste na saída de um dos jogadores da partida, sem o término da mesma. Isso pode ocorrer quando o jogador eliminado tem seus pontos de vida baixados a zero, ou quando perde recursos-chave a níveis irrecuperáveis.
O que fazer quando se é eliminado?
Em jogos rápidos, esse não é um problema relevante. Aguardar algo em torno de 15 ou 20 minutos até a partida se encerrar, não gera grandes transtornos. Ainda mais que em alguns jogos pesados, essa é a duração de um turno. Em jogos longos, por outro lado, pode ser bem entediante para o jogador eliminado. Nesse caso, é bom estar com bateria do celular cheia, ter intimidade com o dono do local para ir assistir TV (ou explorar a geladeira), ou então, ir embora para casa.
Pela possibilidade de gerar uma má experiência, dependendo do perfil do jogador, não é recomendado utilizar jogos longos. Se o caso for inserir novatos ao hobby, fica ainda pior. De fato, pode ser a pior combinação possível para querer que alguém ganhe gosto pelos Board Games.
Recomendação de jogos com eliminação de jogador
Existem alguns jogos bem populares que possuem a mecânica de eliminação de jogador. Muitos deles com fã clube significativo. Seguem algumas sugestões:
Coup: jogo muito rápido e a mecânica de eliminação flui muito bem. O baixo intervalo de tempo entre a eliminação do primeiro jogador e o fim da partida não gera aborrecimento. Às vezes rola até uma diversão, com torcida dividida pelo vencedor. Foi o vice colocado em partidas mais registradas na Ludopedia em 2017.
King of Tokyo: na monstruosa briga pelo controle de Tokyo, também há risco de se passar mais tempo assistindo do que jogando. Principalmente em partidas com 5 ou 6 jogadores. Entretanto, partidas de 2 a 4 jogadores é bem fluído e dinâmico, e uma boa opção para se jogar até mesmo com crianças impacientes.
Zombicide: durante a batalha contra hordas de zumbis, com qualquer jogo da franquia, há o risco de você perder seu personagem. Algumas campanhas podem chegar a muitas horas de duração.
Bang!: a duração da partida é bem variável, dependendo de estratégia do grupo e cartas compradas. O jogo estimula a realização de complôs para eliminação de jogador. Se isso ocorrer, pouco por ser feito para se salvar.
War: ícone brasileiro em eliminação de jogador. Soma-se a isso partidas longas com alta dependência de sorte e temos um cenário bem caótico que pode gerar descontentamento. Em WAR II para até seis jogadores, é certo que pelo menos dois participantes serão eliminados.
Para quem a mecânica de eliminação de jogador é recomendada?
Primeiramente, para grupos competitivos que gostam de muita interação entre os jogadores. Em segundo plano, se for um jogo longo, ser o último jogo da noite. Também é recomendado que os jogadores se conheçam bem, pois o fator eliminação causa em muitas pessoas um sentimento de insatisfação. Isso pode ser ampliado se tiver a tendência de levar para o lado pessoal.
Como aspecto positivo, pode-se destacar os conflitos emocionais gerados em uma partida com possibilidade de eliminação. Quanto maior a punição a ser sofrida, maior a satisfação de escapar dela. Em partidas com eliminação é normal rolar duas coisas: risadas e lágrimas.
Atualmente não há nenhum jogo com esta mecânica no Top 50 da Ludopedia. Afinal, há alguém que tenha essa mecânica entre uma de suas favoritas? Deixe sugestões sobre o que fazer para passar o tempo quando se é eliminado no começo de uma partida nos comentários. Até a próxima!