Publicado em fevereiro 19th, 2017 | por Renato J. Lopes
Review – Coup: que mané “Golpinho” o quê?
Summary:
3.8
Era apenas um grupo de amigos tentando se divertir. A caixa era bonita, atraente e pareceu ser um bom jogo pela sinopse. Quarenta minutos depois, essas pessoas saíram da sala e nunca mais se falaram. Tudo por causa de Coup, do francês. Em é Golpe, aquele tipo de tramoia que os políticos fazem por aí. Neste aqui, você assumirá papéis de importantes personagens da aristocracia, tentando tirar de jogo os outros jogadores. Blefe com maestria e mostre que ninguém é mais golpista que você! Não é à toa que é o jogo preferido do atual presidente de um certo país do carnaval.
Componentes
Uma bela produção da Mandala Jogos (antiga Funbox Editora). As moedas que ficaram um pouco difícil de tirar e algumas saíram com um pequeno dano. Mas, a arte do jogo é linda e a qualidade de impressão é ótima. E pra ser ainda melhor, vem com a expansão “A Reforma”, que já acrescenta uma boa rejogabilidade para o jogo.
Preparação e quantidade de jogadores
O jogo possui 5 personagens básicos e o Inquisidor. Para jogos com até 6 jogadores são utilizados 3 cópias de cada um dos personagens. Caso deseje jogar com o Inquisidor, substitua ele pelo Embaixador. Em jogos com 7 ou 8 jogadores, utilize 4 cópias. Em 9 ou 10, 5 cópias dos personagens.
Jogo e objetivo
Basicamente é um jogo de blefe. As cartas contém personagens e cada um deles tem habilidades diferentes. A grande sacada é que você pode se passar por personagens que não tem, mas corre o risco de ser desmascarado e perder uma influência.
No início do jogo cada jogador recebe duas moedas e duas cartas, também chamadas de influências. Para ser o vencedor precisa eliminar as influências dos outros golpistas e ser o último na mesa. Simples assim. Seja o maior golpista da mesa e saia vencedor!
A rodada
Na sua vez, o jogador poderá fazer uma ação, sendo elas: renda, ajuda externa, golpe de estado (Coup!) ou ação do personagem. Depois disso, é a vez do jogador à esquerda e assim sucessivamente.
Renda
O jogador pega uma moeda do banco. Esta ação não pode ser bloqueada.
Ajuda Externa
O jogador pega duas moedas do banco. Pode ser bloqueado pelo Duque.
Golpe de Estado (Coup!)
O jogador paga 7 moedas e elimina uma das influências de outro jogador. Esta ação não pode ser bloqueada, nem contestada e é obrigatória quando o jogador possuir 10 moedas ou mais.
Ações dos Personagens
Cada personagem possui uma ação. O jogador executa sem mostrar sua carta. Essas ações e as de bloqueio executadas por personagens podem ser questionadas a qualquer momento do jogo. Nesse caso o jogador é obrigado a mostrar a carta. Se ele estiver mentindo, perde uma influência. Se não, o jogador que contestou que perde a carta.
A contestação é sempre resolvida antes da ação. O jogador só pode realizar as ações de bloqueio quando ele sofre a ação. Ele não pode utilizar o poder da Condessa para bloquear o Assassinato de outro jogador.
a) Duque: declare que possui o personagem e pegue 3 moedas do banco. Ele bloqueia a ajuda externa.
b) Assassino: pague 3 moedas para assassinar a influência de um jogador. Caso ele seja contestado pelo jogador que sofreu a ação e estiver falando a verdade, o jogador que sofreu o assassinato perde as duas cartas.
c) Capitão: ele pode extorquir outro jogador, pegando duas moedas dele. Ele pode bloquear a extorsão de outro jogador.
d) Embaixador: ele pode pegar duas cartas do baralho e em seguida devolver duas. Ele pode escolher livremente quais ficam na mão e quais são descartadas. Ele também pode bloquear a extorsão do Capitão.
e) Condessa: a única ação que ela possui é bloquear o Assassino.
f) Inquisidor: ele pode pegar uma carta do baralho e se quiser, trocar com uma de suas influências. Ele também pode olhar uma carta de adversário e forçar uma troca. Ele também bloqueia a extorsão.
A Reforma
O jogo ainda vem com a expansão “A Reforma”. Ao jogar com ela, entra o Asilo e as cartas de religião, em que cada jogador é de uma das duas religiões: católico ou protestante. A partir daí, só é permitido realizar ações contra um jogador da religião contrária. Para atacar da mesma, só se todos os jogadores forem da mesma religião.
Entram também duas novas ações: converter e pegar o dinheiro do asilo. Para converter é preciso pagar ao Asilo 2 moedas para converter a si mesmo, ou 3 para converter outro jogador. Para pegar as moedas do asilo, basta declarar que não é o Duque.
Final de jogo
Quando restar apenas um jogador com influências na mesa, o jogo termina e este jogador é o grande vencedor.
Considerações
É um jogo muito legal, principalmente para jogar em galera, eventos, festinhas e apresentar novos jogadores. Durante muito tempo foi o jogo que mais joguei. Ele é pequeno e dá pra levar facilmente. Quando enjoar de jogar com os personagens normais, dá pra colocar o Inquisidor. Cansou disso, coloque a religião e o jogo vai parecer novo.
Ele não demanda muita estratégia, nem grandes planos. É blefe em cima de blefe e você tentando passar os coleguinhas de mesa para trás. É engraçado que você pode não mentir e perder, mas também pode mentir e perder de primeira. Ele gera muito metagame que pode ser algo negativo ou positivo, dependendo do seu grupo.
Como party game ele se sustenta, mas vai chegar uma hora que a galera vai querer dar uma pausa, tentar outra coisa. O que não dá pra se negar é que ele ainda é um dos melhores jogos de blefe que estão no mercado.
O que gostei em Coup
- Ótima arte;
- Jogo rápido
- Suporta muitos jogadores;
- Vem com expansão.
O que não gostei em Coup
- Muito leve;
- Gera muito metagame;
- Eliminação de jogador em partidas com muitos players.
.Indicado para
Fãs de party games, jogos de cartas e de blefe.