Reviews Imperial Settlers: Empires Of The North

Publicado em outubro 15th, 2019 | por Renato J. Lopes

Review – Imperial Settlers: Empires Of The North

Já havia jogado o Imperial Settlers, em 2017, logo depois do lançamento por aqui. Havia achado um jogo muito interessante e gostado, mas algumas coisas me incomodaram e acabou não entrando para a coleção. Quando fiquei sabendo do Empires Of The North, resolvi dar mais uma chance. Era um novo jogo, com um pouco da mecânica das cartas e diversas novidades. Depois de diversas partidas, acho que já tenho uma opinião sólida sobre ele. Vem comigo pra ver o que achei deste jogo de Joanna Kijanka e Ignacy Trzewiczek.

empires of the north
Preparação para 2 jogadores

Imperial Settlers: Empires Of The North

Em Imperial Settlers: Empires Of The North, três impérios nórdicos decidiram fazer viajar em busca de novas terras e recursos para expandir. São eles, os Vikings, os Irlandeses e os Esquimós. Cada um deles possui dois clãs que disputam com as outras nações ilhas próximas e distantes.

Neste jogo, além das cartas e o mecanismo semelhante de Imperial Settlers, existe ainda um rondel de ações e um tabuleiro de navegação. Seu clã vai tentar fazer mais pontos construindo, conquistando ou saqueando ilhas e fazendo ações. Tudo isso até que alguém alcance 25 pontos, assim a rodada termina e é feita uma pontuação final.

Insert bonito e útil durante o jogo

O jogo

Empires of The North acontece em rodadas, até que um dos jogadores alcance 25 pontos de vitória. As rodadas acontecem em 4 etapas: Fase de Vigia, Fase de Ações, Fase de Expedição e Fase de Limpeza.

No início do jogo, cada jogador recebe um deck de clã, abre as três cartas base abertas na mesa e recebe os respectivos recursos. Também compra 5 cartas do deck e fica com 3, descartando outras 2. Essa é a mão inicial. Cada jogador também recebe 5 trabalhadores, dois marcadores da sua cor para serem usados no rondel e um tile de trabalhadores gastos. Esses são novos conceitos do jogo. 

Os trabalhadores não são descartados

Os trabalhadores, não são descartados. Toda vez que são gastos, eles vão para um marcador de trabalhadores gastos e voltam para os jogadores após a Fase de Limpeza. Vamos ver um pouco mais sobre cada uma das fases.

Fase de Vigia

É uma fase rápida: cada jogador compra 4 cartas de seu deck e escolhe com quantas vai ficar. Para cada carta, é preciso gastar um trabalhador, ou seja, colocar um trabalhador na área de gastos para cada carta que for ficar.

Fase de Ações

A Fase de Ações acontece com cada um realizando uma ação, até que todos passem. O jogador que passar, não pode mais realizar ações no seu turno. Em contrapartida, ele não pode ser vítima da ação de pilhagem de um oponente. 

As ações possíveis são: Construir um Local, Usar Um Marcador de Ação, Pilhar Um Oponente e Ação de uma Local. A fase de ações se encerra quando todos os jogadores passarem a vez. Mas, vamos ver um pouco mais sobre cada uma das ações.

Algumas cartas de lugar

Construir Um Local

O jogador paga o custo indicado na carta e coloca o local em sua área de jogo com ela ativa. O custo geralmente são recursos, mas existem cartas que são construídas como efeito de alguma ação. Elas funcionam como cartas de boost, você realiza a ação indicada primeiro e em seguida, constrói a carta de local.

Existem algumas cartas que são campos, assim como as iniciais, marcadas com o símbolo de uma abóbora à esquerda da carta. Assim que alguém constrói uma carta de campo, recebe os recursos indicados nela.

Usar Um Marcador de Ação

O jogador pode pegar um dos seus dois marcadores e colocá-lo em uma das ações do rondel modular. Elas estão disponíveis para todos os jogadores realizá-las, mesmo que exista um ou mais marcadores. 

É possível colocar os dois marcadores em dois espaços e fazer as ações, com o lado sem o adesivo de x para baixo. Depois disso, ele pode ainda, descartar uma maçã para mover um dos seus marcadores para outra ação, desde que seja adjacente ao local que ele havia feito a ação, movendo o marcador com o lado com o x para cima. É possível fazer isso com os dois marcadores. Depois disso, não é possível realizar ações ali nesta rodada.

As ações do rondel modular

As ações disponíveis são:

Colher (Harvest): escolha um dos seus campos e receba os recursos indicados nele. No jogo anterior, havia uma fase de produção para pegar recursos. Agora não, você terá que colher.

Construir (Build): construa uma das cartas de local da sua mão que tenha recursos como custo, sem pagar o custo.

Explorar (Explore): o jogador compra uma carta do seu deck.

Popular (Populate): o jogador pega um trabalhador do estoque geral e coloca entre seus trabalhadores disponíveis.

Navegar (Sail): o jogador escolhe um dos seus navios e coloca na fila do tabuleiro de navegação. Nesse momento ele deve fazer algumas escolhas. Primeiro ele deve escolher se vai nas ilhas próximas ou distantes. Para ir nas ilhas próximas, não existe custo extra. Para ir nas ilhas distantes, é preciso gastar um peixe, que é colocado sobre o navio. Caso ele queira conquistar uma ilha, ele precisa colocar em seu barco um machado. Se ele for saquear, não precisa colocar machado.

Os jogadores podem usar cada marcador duas vezes

Pilhar Um Oponente

Nessa versão do jogo, aconteceu uma suavizada. No jogo anterior, ao atacar um oponente, uma carta era destruída. Nesta versão você pode descartar um machado para pilhar um oponente, que nada mais é que esgotar uma carta de local de um oponente. Essa carta, será restaurada na fase de limpeza. Existe ainda possibilidades de restaurar esta carta durante o próprio turno do jogador.

Ação de Cartas de Local

O jogador paga o custo indicado da carta e vira ela de lado, para mostrar que ela está exaurida. Ele só poderá usar esta ação novamente quando a carta for restaurada. Isso pode acontecer com ações durante o turno do jogador, ou durante a fase de limpeza.

Aqui está o grande lance do jogo, porque cada um dos clãs tem habilidades diferentes e vai fazer com que cada partida seja bem diferente. Outra coisa interessante são as cartas de ilha que possuem ações muito interessantes e podem ajudar a combar com a sua facção.

Algumas cartas falam que para fazer a ação os jogadores precisam atribuir (assign) trabalhadores ou recursos. Esses itens ficam nas cartas até que seja feita alguma ação de retirá-las de lá, mas isso precisa ser especificado na ação. Os itens presos aí, não são contados na pontuação final.

As cartas de ilha podem dar recursos e pontos se pilhadas ou ações se conquistadas

Fase de Expedições

Depois que os jogadores passaram, acontece a fase de expedições. Nesse momento, são realizadas as ações dos navios no tabuleiro de expedição. A começar pelo jogador que está no topo da fila. Ele escolhe uma carta para fazer a sua ação que pode ser das duas abertas ou uma carta fechada.

Se o jogador for saquear, recebe os itens indicados no lado esquerdo da carta e a descarta. Se ele for conquistá-la, pega-a e coloca em seu tabuleiro e recebe qualquer bônus por construção. Após realizar a sua ação, o jogador descarta os itens utilizados em seus navios, peixe e/ou machado.

Tabuleiro de Navegação - Empires Of The North
O tabuleiro de expedição

Fase de Limpeza

Na fase de limpeza, os jogadores recuperam os seus trabalhadores do tile de gastos, eles reativam as suas cartas, pega os seus marcadores dos tiles de ação. As cartas abertas de ilhas que não foram utilizadas são descartadas e novas são reveladas. O marcador de primeiro jogador é passado para o jogador à esquerda do atual e se ninguém chegou aos 25 pontos, o jogo continua. 

Empires Of The North
Momento de recolher os trabalhadores, os marcadores e reativar as cartas de local

Final de jogo e pontuação 

Se alguém atingir durante a fase de expedição, a última rodada será a última. Se for durante a fase de ação, essa rodada será a última.

Depois disso, é feita a pontuação final.

Cada carta no seu império vale um ponto, incluindo os campos básicos, as melhorias de campo e ilhas conquistadas. Cada 2 recursos (madeira, pedra, ovelha, peixe e maçã) disponíveis na área do jogador (não contam os atribuídos) dão um ponto de vitória. Cada moeda também contam um ponto.

Quem tiver mais pontos de vitória, vence o jogo. No caso de empate, o desempate acontece por cartas no império, trabalhadores em jogo ou cartas da mão. Se isso não resolver, os jogadores dividem a vitória.

Os Clãs do jogo base

Vamos falar resumidamente de cada um dos clãs do jogo e suas especificações. O manual apresenta um número de classificação dos clãs que indica o grau de dificuldade de se jogar com ele;

O Clã Glenn

Dificuldade 1. O clã escocês possui cartas que podem ser cópias de outras, o que faz com que durante sua partida você consiga copiar uma habilidade muito boa de uma carta do seu clã ou de uma ilha para poder fazê-la várias vezes durante as rodadas.

Clã Ulaf

Dificuldade 3. Esse clã nórdico tem como foco conquistar e saquear ilhas. Suas cartas fornecem bônus por essas ações, com várias habilidades passivas que vão turbinar suas jogadas.

Clã Panuk

Dificuldade 3. Cartas com bastante sinergia e ações que reativam as cartas exaustas, permitindo executar uma mesma rodada várias vezes.

Clã Heidel

Dificuldade 5. São os fanfarrões da cerveja que possuem cartas que combam as ações com as habilidades passivas.

Clã Nanurjuk 

Dificuldade 7. Um dos mais difíceis de se jogar no jogo base, mas que possuem combos bem fortes, se jogados corretamente.

Clã Mackinnon

Dificuldade 8. O mais difícil da caixa base e com foco nas cartas de dinheiro. Geralmente uma carta vai combar com a outra, o que força um cuidado maior ao descartar e escolher quais cartas vão ser utilizadas em cada rodada.

Clãs da caixa base de Empires Of The North
Os clãs do jogo base

Considerações

Imperial Settlers: Empires Of The North é um jogo muito gostoso de jogar. Ele funciona bem em qualquer quantidade de jogadores, 4, 3, 2 e inclusive no modo solo. Este modo vem com um manualzinho com 4 missões muito interessantes que possuem regras próprias e formas de pontuar por missão. Ela inclusive conta com um elemento de storytelling.

As novidades dessa versão realmente me conquistaram. A começar pelos trabalhadores que você não descarta e voltam ao final de cada rodada. O rondel modular com as ações são uma ótima forma de deixar o jogo bem dinâmico e tira o sentimento de travar que no jogo anterior acontecia muito. O fato dele mudar a cada partida, dá uma boa rejogabilidade. Os ataques aos outros jogadores também ficaram menos punitivos, o que deixa ele mais amigável.

Mas, pra mim, o grande diferencial são as cartas que são construídas ou ativadas por efeito de ações. Uma forma muito inteligente e que maximiza cada ação. Isso junto ao tabuleiro de ações e as ilhas para navegação são os principais acréscimos e que realmente fizeram a diferença no jogo.

Cada facção joga de forma bem diferente, com suas habilidades casando realmente com o tipo de recurso que você tem e as outras cartas. O lance de não ter mais um baralho geral e sim cada um o de sua facção foi super positivo. 

Empires Of The North

Empires Of The North tem tudo para ser o mais novo queridinho dos fãs de jogos de cartas no estilo Imperial Settlers e é sim, muito superior ao anterior. Ele mantém o feeling do outro, mas com muitas novas opções estratégicas.

A produção do jogo ficou muito incrível, inclusive com um insert muito prático e fácil de ser utilizado. Quem dera todos os jogos viessem com isso.

Se puder elencar algo negativo no jogo, seriam as cartas de ilhas que eu achei pouca variedade. Outro ponto que não gostei, foi o marcador de pontos. Os marcadores para usar no rondel e a peça de trabalhadores gastos possuem apenas 4 cores e não combinam necessariamente com os marcadores de pontos. Isso pode confundir um pouco e alguém acabar marcando os seus pontos de forma errada.No geral, Imperial Settlers: Empires of The North é um jogo que tem tudo para vir para o Brasil e fazer muito sucesso por aqui. Se você tiver a oportunidade, tente jogá-lo e não ser atraído por essa maravilha da Portal Games.

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Sobre o Autor

Publicitário, viciado em jogos de miniaturas, sonha em trocar todos os seus bens por personagens raros de Zombicide.



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