Publicado em outubro 7th, 2019 | por Renato J. Lopes
0Review: The Golden Ages é melhor que TTA
Sou um grande fã de jogos de civilização. Essa paixão começou com um jogo lançado em 1991, por Sid Meier: Civilization. Com o passar dos anos, continuei jogando as outras versões do jogo, até a 4ª edição. Quando entrei no mundo dos tabuleiros, sempre quis achar um jogo agradável de civilização. Joguei Through The Ages (TTA), Endeavor e Mare Nostrum. Mas, acho que encontrei o que procurava em The Golden Ages.
The Golden Ages é um jogo lançado em 2014 pela Stronghold e Quined Games, do designer Luigi Ferrini, com arte de Alexandre Roche.
É um jogo de alocação de trabalhadores, colocação de peças, controle de Área, seleção de cartas e tabuleiro modular.
The Golden Ages
The Golden Ages é um jogo de civilização, em que os jogadores disputam para serem a civilização melhor desenvolvida. Para isso, você terá que desenvolver tecnologias, explorar o continente, batalhar contra outras nações, realizar construções e construir maravilhas.
Ele é um jogo muito agradável e uma pegada euro. Nele você se sente construindo uma civilização, avançando e realmente jogando um jogo na pegada civ. O mais legal de tudo é que você pode jogá-lo em menos de duas horas. Sim! Menos de duas horas e com feeling de jogo civ.
O jogo
O jogo acontece em 4 eras e cada uma delas possui 5 fases: 1 – Setup de Era, 2- Expandir o mapa, 3- ações dos jogadores, 4- final de era e 5- preparação para a nova era. No final dessas fases acontece ainda uma pontuação final e quem tiver mais pontos é o vencedor.
No Setup de Era, acontece uma preparação e atualização dos componentes da era que será jogada. São colocadas cartas de construções e maravilhas. Os jogadores também precisam decidir qual líder da civilização ele vai utilizar. No início do jogo, cada jogador recebe 4 cartas de civilização. A cada nova era ele pode decidir por manter ou trocar o líder. Nesse momento também é determinado o primeiro jogador, que será quem possuir o personagem com o menor número em sua carta.
Em expandir, você coloca uma peça no mapa, encaixando ela no grid. Nesse momento o jogador pode mover sua capital de lugar. Na primeira era, ele precisa colocar a sua capital. Ao fazer isso, ele deixa de poder utilizar o recurso daquele espaço, colocando a peça da capital sobre o símbolo.
Na fase de ações é quando as ações são efetivamente realizadas, vamos falar sobre ela em detalhes logo mais. No final de era, os jogadores pontuam a carta que está na Ágora.
Na preparação para a nova era, são descartadas as construções e maravilhas que não foram feitas. Também sai de jogo a carta de julgamento da história que está na ágora para pontuação. As capitais são reativadas, os colonizadores que estão deitados são levantados nos lugares onde estão. Por fim, os que estão na ágora, voltam para a capital do dono em pé.
O tabuleiro do jogador
Uma das coisas mais marcantes neste jogo é o tabuleiro de jogador. Nele existem áreas muito importantes. Ali existem as tecnologias iniciais e as que você irá desbloquear durante a partida. Também estão indicadas as ações possíveis, os marcadores de batalha com custos e os espaços para construção. Isso indica as limitações de construção que são 3 e os de batalhas que são 4.
Os jogadores começam com 4 tecnologias iniciais e vai liberando novas tecnologias
As ações
Existem dois tipos de ação no jogo: as que você precisa de um colonizador em pé ou que não precisa.
As seguintes ações precisam de um colonizador em pé: Explorador, Construtor, Artista e Soldado.
As ações que não precisam de um colonizador em pé são: construir uma maravilha, ativar uma construção ou maravilha, desenvolver uma tecnologia ou iniciar a Era de Ouro (Golden Age). Vamos ver cada uma delas.
Ações que precisam de um colonizador em pé
São ações que o jogador precisa de um meeple (colonizador em pé), após a ação ser realizada, o meeple fica deitado e só será levantado novamente no início da próxima era.
Explorador
Esta ação possui duas etapas: mover o trabalhador e fundar uma cidade. Você pode fazer uma delas, ou as duas, mas precisa seguir a ordem. Para se mover, o jogador pode ir para qualquer lugar do tabuleiro, inclusive o mar, ou espaços que já possuam peças de outro jogador. Mas, é preciso respeitar o limite de movimentação que no início do jogo é de um espaço adjacente, mas as tecnologias podem aumentar esse limite. É possível inclusive não mover o colonizador.
Para fundar uma cidade, o espaço precisa ser no continente e não pode ter outra cidade ou capital no espaço. Ao fazer isso, o jogador pega um cubo da sua cor de sua reserva e coloca no espaço, ganhando moedas de acordo com suas tecnologias. Os cubos tem que estar liberados, não podem ser pegos do tabuleiro. Caso o jogador não possua algum, ele pode pegar de outro lugar do tabuleiro.
Ao terminar esta ação, o jogador precisa deitar um meeple no espaço que ele fundou a cidade.
Construtor
O jogador pega um dos seus meeples e coloca deitado na ágora, área que fica fora do tabuleiro, em um pequeno tabuleiro. Ao fazer isso, o jogador pega uma construção aberta no tabuleiro geral e coloca em um dos espaços livres do seu tabuleiro. No início do jogo, os jogadores só possuem 1 espaço para construção, e pode liberar mais dois ao desenvolver as tecnologias Escrita e Arquitetura. Se o jogador precisar construir e não possuir espaço, ele pode descartar uma construção. As cartas possuem ações e habilidades que podem ser usadas durante o jogo.
Artista
Uma ação simples: coloque um meeple deitado na ágora para marcar 3 pontos.
Soldado
Aqui é a ação de combate do jogo. O lance é que ele afeta bem pouco o outro jogador e tem um preço a ser pago em dinheiro, um recurso bem escasso no jogo e é limitado a 4 vezes na partida. O jogador paga o custo indicado mais à esquerda do seu tabuleiro individual e move um dos seus meeples usando as mesmas regras do Explorador.
Em seguida ele retira todas as peças dos oponentes no espaço em que a ação é realizada. Os cubos de cidade voltam para a reserva do jogador e os meeples voltam para a capital. Se ele estava em pé, volta em pé, se estiver deitado, volta deitado. Depois, ele pode fundar uma cidade, além de ganhar um marcador de glória. Este marcador dá pontos e o jogador o mantém oculto dos adversários.
As ações que não precisam de um colonizador em pé
Essas ações acontecem sem precisar de um colonizador (meeple).
Construir uma maravilha
Pague o custo indicado da maravilha e coloque-a próxima do seu tabuleiro. Se ela possuir um efeito instantâneo, execute-o imediatamente.
Ativar uma construção ou maravilha
Execute a ação indicada na carta e gire a carta para indicar que ela foi utilizada nesta era.
Desenvolver uma tecnologia
Para desenvolver uma tecnologia, o jogador paga o custo indicado no tile e retira ele do tabuleiro. Caso existam cubos em cima dele, vão para a reserva do jogador. O benefício acontece na hora, mas novas tecnologias tornam antigas obsoletas que perdem o efeito.
Iniciar a Era de Ouro (Golden Age)
Se o jogador não possuir mais colonizadores em pé, ele pode iniciar a Era de Ouro. Ao fazer isso, ele vira o seu tile de capital para o lado da Era de Ouro. Cada vez que for a vez dele depois disso, ele ganha duas moedas. Ele também escolhe qual será a carta de julgamento da história que pontuará nesta era, colocando ao lado da ágora.
Na última era, assim que um jogador declarar a Era de Ouro, o jogo se encerra e é feita a pontuação final.
Pontuação Final
Ao final da quarta era, acontece a pontuação final. Cada jogador pontua:
1 ponto para cada 3 moedas, os pontos indicados das tecnologias desenvolvidas, indicadas nos fundo dos tiles. Os marcadores de Glória tem seus valores revelados e pontuados, além disso os jogadores revelam suas cartas de tecnologia futura e pontuam se atingiram as condições.
A expansão Cults And Culture
Essa expansão oferece peças para o quinto jogador, novas cartas de civilização, novas maravilhas, cartas de tecnologia do futuro, e um novo baralho de cartas de Cultura. Nelas existem novas construções, cartas de religião e outras coisas.
Um novo tabuleiro entra em jogo: o tabuleiro de cultura, em que os jogadores avançam e recebem benefícios. Existe ainda as cartas de obra-prima que muda a ação do artista que pode fazer uma delas.
Considerações
Golden Age é um jogo incrível. Ele brilha pela sua simplicidade de regras e profundidade estratégica. Diversos caminhos para pontuar, turnos rápidos e muita diversão. Cada ação é importante e mais que isso, as ações dos outros jogadores também. É importante estar de olho no que os outros jogadores estão fazendo.
O jogo é divertido, empolgante e imersivo. Você vai querer desenvolver a sua civilização e conquistar o mundo, seja por força militar, seja desenvolvendo tecnologia ou na trilha da cultura na expansão. Algo a ser dito da expansão é que ela acrescenta coisas bem interessantes ao jogo. Sem acrescentar muitas regras, dá muita profundidade ao jogo.
Gostei bastante das mecânicas, da temática e pasmem, da arte do jogo. Sim, ela pode não ser aquela maravilha, mas acho que casou com o jogo.
The Golden Ages me deu o sentimento de estar jogando um jogo de civilização realmente. E o melhor de tudo? Dura menos de duas horas! Dá para jogar diversas partidas na sequência em muito menos tempo que uma partida de Through The Ages, por exemplo. Um jogo que me decepcionou muito pela duração da partida.
Outra coisa boa de Golden Ages é que todos têm a chance de vencer a partida, basta fazer as ações certas. A vantagem de quem já jogou várias vezes existe, mas não é tão grande, por conta das ações simples.
Claro, a chamada do review é injusta com ambos os jogos, pois os dois são muito diferentes e com propostas opostas. Mas, entre os dois, prefiro o jogo de arte duvidosa.