Reviews Xingu

Publicado em março 4th, 2022 | por Tábula Quadrada

Xingu: overview (MS Jogos)

Xingu é um jogo com temática nacional, desenvolvido pelo game designer brasileiro Marcos Macri. Ele é autor de jogos como Jester, Chaparral, Dogs, Aquarium, entre outros.

Em Xingu, somos líderes de tribos indígenas tentando proteger a nossa terra dos homens brancos que trazem poluição e doenças para a população local.

O jogo retrata um momento histórico em que as linhas de telégrafo eram instaladas na região do baixo Xingu, entre Mato Grosso e Goiás.

Neste vídeo, Renato J. Lopes faz um resumo geral sobre o jogo e ao final, conta suas impressões sobre o jogo, com as coisas que gostou e não curtiu tanto. Confira.

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Xingu: seja a tribo mais profícua – review escrito

Xingu é um jogo que traz uma temática pouco trabalhada, mas historicamente significativa para o nosso país. Nossa terra é de índios e nós as tomamos deles. Neste jogo de Marcos Macri, assumimos os papéis de um líder de aldeia e revivemos de forma lúdica e muito suave, o sofrimento desse povo.

O tema está em alta, até com um filme com o mesmo nome, programado para ser lançado em abril deste ano.

Por isso, o jogo é tão tematicamente certeiro. Você passa as rodadas tentando evitar que os homens brancos invadam as regiões adjacentes a sua aldeia, pois vai te trazer problemas. Seja a doença ou a escravidão. Ao final de uma rodada isso te dá penalidades.

Como se joga

Durante as rodadas, você escolhe um dos papéis de personagens principais das aldeias indígenas: a índia que colhe recursos, constrói a oca, faz artesanato e reproduz (junto do caçador ou guerreiro); o caçador que coleta recursos de longe, o guerreiro que resgata índios presos pela escravidão e expulsa o homem branco; o pajé que faz rituais, recolhe recursos medicinais, cura índios doentes e se relaciona com os missionários e o cacique que expande o território, melhora as relações com os homens brancos e se relaciona com os missionários.

Além das ações de cada uma das cartas, você ainda tem ações livres das cartas azuis. Sempre que coleta uma carta de recurso de uma região, entra algum obstáculo para a vida de paz dos índios. Pode ser um explorador (que impede a coleta de recursos da região onde se encontra), um fazendeiro (que impede a expansão da aldeia adjacente a ele) ou linhas de telégrafos (que tiram 2 pontos da aldeia por cada marcador adjacente no final do jogo).

Quando acaba uma pilha de recursos, dá-se o gatilho para a fome, no caso de ter acabado uma fileira de cartas de floresta, ou escravidão, quando são cartas de campo. A doença faz com que o meeple seja incapacitado e fique deitado, até que seja curado pelo pajé. A escravidão prende o índio na fazenda, até que seja solto pelo guerreiro.

No final do turno em que uma das pilhas de recurso acabou, acontece o efeito relacionado ao tipo de carta, 3 novas cartas de ação extra substituem as 3 que iniciam o jogo. Depois disso, novas cartas são repostas. Quando as cartas acabarem, fica vazio. Quando duas pilhas não podem ser abastecidas, o jogo termina.

O final de turno é marcado pela pontuação do acampamento dos missionários dos meeples colocados lá durante uma ação de pacificação (1 ponto a cada 2 missionários por meeple que estiver lá), o retorno dos índios para a aldeia, o marcador de fogueira retorna para o jogador e o marcador de primeiro jogador passa para o jogador à esquerda de quem foi o primeiro nessa rodada.

Componentes e produção

A produção é no estilo padrão da MS Jogos, com um ótimo custo benefício, Não é uma produção internacional premium, mas uma nacional feita com componentes de ótima qualidade.

Recomendo que as cartas sejam sleevadas para durarem mais tempo, porque elas são muito utilizadas nas partidas.

Os caminhos de Xingu

Como todos os jogos de Marcos Macri, Xingu também é altamente estratégico. Diria que ele é um dos mais pesados em regras, senão o mais pesado.

É um jogo que entrega muito, pois você tem diferentes escolhas estratégicas e caminhos para vencer.

Você pode focar em um jogo mais corrido, expulsando os exploradores e caçadores, tentando aumentar a sua pacificação e pontuar os missionários em sua aldeia, no final de cada rodada.

Ou você pode focar nas cartas de pontuação final e colecionar os itens de artesanato para fazer uma ótima pontuação de final de jogo.

A expansão da tribo, os rituais e as construções das ocas também podem dar bons pontos e são caminhos válidos e bem competitivos.

Recomendo encontrar uma boa sinergia entre essas ações, explorando ao máximo as ações extras e tomando cuidado com a alimentação, para vencer a partida.

A alimentação pra mim é uma parte crucial, até mais do que a escravidão e a doença. Se com a escravidão e doença você anda na trilha de punição no final da rodada, a alimentação te tira pontos na hora, além de avançar nessa trilha que tira pontos. Com o detalhe que você consegue se recuperar dessa trilha com uma ação bônus, de forma bem fácil.

O que achei de Xingu

Há 2 anos atrás eu conheci o jogo e fiz um review sobre ele. Confesso que naquele momento foi bem frustrante. Não supriu as minhas expectativas.

Recentemente resolvi colocá-lo na mesa novamente, por conta do financiamento coletivo que vai rolar no dia 08 de março para tirar a prova real.

A impressão melhorou bastante e gostei bem mais do que na época do lançamento. Ele continua sendo um jogo apertado, quase sofrido, com muita estratégia necessária, quase um ode aos jogos de Uwe Rosenberg.

Difícil jogar Xingu e não lembrar de um Agrícola ou Caverna. Mas, Xingu traz toda a história dos índios brasileiros de uma forma muito bem representada e mecanicamente único. A seleção de cartas e a combinação das ações traz uma gama quase infinita de caminhos para jogar uma partida.

A única coisa que me incomodou um pouco foi a questão de tempo. Por conta da quantidade de opções e possibilidades que você tem a cada rodada, pode gerar um pouco de ap (analysis paralysis), o que pode alongar a partida. A caixa recomenda até 6 jogadores. Eu recomendo jogar em no máximo 4. Mais do que isso pode levar mais tempo do que o planejado.

Se você gosta de jogos com essa pegada punitiva e apertada, mais do que recomendo Xingu. Se não for esse o caso, mantenha distância. Ele está mais para Chaparral e Aquarium do que para Dogs ou Pets, os jogos mais leves e populares do autor.

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