Publicado em dezembro 11th, 2015 | por Jonathan Sampaio
Entrevista Cafundó: um jogo cheio de manhas
Cafundó agora é jogo também! Sabe por quê? Porque há vários tipos de cafundós. Cafundó é uma comunidade negra de mais ou menos oitenta habitantes, localizada no município de Salto de Pirapora – SP. É um restaurante em Itu – SP, um bar em Recife – PE, um filme e agora chegou ao patamar mais importante de todos! Agora é um jogo! Ueeeeeeeeba!!!
Cafundó é um jogo de cartas em que os criadores Andre Estevez, Jonathas Joba e Pedro Ometto, junto do ilustrador João Victor Bastos buscaram misturar o folclore brasileiro com figuras do nosso folclore urbano contemporâneo de forma a deixar o jogo bem divertido. Cafundó é um jogo de uma linguagem própria pra tratar dos diversos tipos de carta, onde a grande brincadeira é todo mundo participar do turno de todo mundo, seja ajudando “dando uma força” ou atrapalhando “zoando o colega”, ou jogando uma urucubaca (temos informações que uma urucubaca lançada pode nunca mais ser desfeita).
O pré-lançamento foi na CCXP, no dia 04 de dezembro e o lançamento oficial acontece amanhã (12) na Livraria Devir em São Paulo – SP. O preço sugerido de lançamento é de R$ 98,50, e estará à venda na Terra Média, Devir e em algumas lojas especializadas.
O evento do lançamento do jogo contará com a presença de famosos do cenário nacional. Estão confirmados até agora a presença da Mulher Jatobá, Bananeira e Boto Cor-de-rosa. O Meliante informou nas redes sociais que iria aparecer e que não estava nem aí, a organização do evento nos informou que a segurança está sendo reforçada.
Para saber mais desse super lançamento, fizemos uma pequena e divertidíssima entrevista com o Pedro, um dos criadores do jogo, dá uma conferida.
1- Primeiramente quem está envolvido no projeto? Quem são as pessoas e o que elas fazem no projeto?
Pedro: Somos em 4 na Tamanduá Jogos: André, João, Joba e Pedro. Todos participamos da criação dos jogos, e o João faz o design e as ilustrações, sempre com os palpites dos outros. No Cafundó temos também algumas ilustrações do Franco de Rosa. Fora isso temos os parceiros na Devir, como o mestre Douglas Quinta Reis, que abraçou o projeto com muito carinho e com muita coragem.
2- Como surgiu o projeto? Fale um pouco da história do desenvolvimento do jogo.
Pedro: O Cafundó surgiu de uma observação que o Joba fez uma vez sobre jogos de cartas e tabuleiros: “não existem jogos com temática brasileira!” Desde que começamos a criar o Cafundó até apareceram alguns poucos, mas nenhum que tratasse da cultura brasileira de forma tão divertida. Desde então o jogo passou por diversas transformações, tanto que os playtesters da primeira versão nem estão reconhecendo o jogo.
3- Fale sobre o jogo. Quais são os objetivos dele, qual o sistema de pontuação e como se ganha.
Pedro: Os jogadores começam como aventureiros em busca de ouro numa floresta chamada Cafundó, onde eles vão encontrar criaturas dos mais diversos tipos (que a gente chama de “patotas”). As criaturas carregam uma recompensa em ouro e prendas pra quem for mais “manhoso” que elas (“manha” é a medida de força no Cafundó). Acaba o jogo quando alguém consegue a quarta pepita de ouro, e ganha o jogo quem tiver mais quilos de ouro no final.
4- O jogo é pra jogar com quantos jogadores?
Pedro: De 3 a 6 jogadores, e estamos trabalhando numa versão para 2 jogadores. Pensamos também numa versão solo, mas chegamos à conclusão de que não tinha graça nenhuma.
5- Qual o tempo médio de uma partida?
Pedro: A primeira partida costuma levar uma hora, a partir daí, quando as pessoas já têm familiaridade com o jogo, uns 45 minutos. Agora, se você tiver um amigo mala na mesa, a partida pode se estender por horas, ou dias, ou até alguém mandar o mala catar coquinho na descida.
6- Com que idade “as manha” começam a brotar num ser humano (qual a idade mínima recomendada dos jogadores)?
Pedro: Boa! Hahaha. Recomendamos Cafundó para maiores de 14 anos, antes disso fica difícil de entender as referências…
7- Como funciona uma rodada? O que cada jogador pode fazer?
Pedro: No seu turno, um jogador tem que “olhar atrás da moita”, ou seja, abrir uma carta de moita. Lá ele pode encontrar um evento (que altera um pouco o jogo para todos por uma rodada), uma zica ou uma bença (que afetam só o jogador que abriu a moita) e/ou uma criatura. Quando ele encontra uma criatura, ele pode, se “tiver as manha”, decidir tentar rapelá-la (para pegar prendas e pepitas de ouro de recompensa) ou encarná-la (para transformar-se nela e ganhar suas características e habilidades). Enquanto isso, os outros podem (e devem) usar cartas para zoar o jogador da vez! And let the zoeira begin!
8- Quais as mecânicas utilizadas?
Pedro: A mêcanica predominante no Cafundó é “take that”, já que um está sempre buscando zoar o outro antes de ser zoado, hehehe. Agora também tem um toque de “role playing”, além da Mecânica do seu Agenor, aqui perto de casa, que sempre tira o meu Chevette de boas enrascadas.
9- Uma urucubaca jogada durante uma partida, tem efeito na vida do jogador após o jogo?
Pedro: Sim. Estou até hoje com o nome na boca do sapo e não posso dar uma força pra ninguém. Nunca.
10- Quais foram as inspirações para o desenvolvimento do jogo?
Pedro: Para a mecânica nos inspiramos num jogo que adoramos, o Munchkin. Para a criação das cartas, as inspirações são diversas, desde o folclore brasileiro até personalidades da política e da televisão.
11- Já existe alguma expansão programada?
Pedro: Ah, isso é um sonho sim! Temos uma lista grande de cartas que queríamos colocar e que não couberam no jogo final, mas esperamos que elas voltem nas expansões
12- Considerações finais.
Pedro: Obrigado pelo interesse no Cafundó. Esperamos que todos se divirtam muito jogando, tanto quanto nós nos divertimos fazendo. Ou pelo menos quase tanto
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E aí, será que você realmente tem as manha e a coragem de enfrentar o que há atrás da moita? Se você acha que sim, então adquira já o seu Cafundó e mostre para o mundo que você tem as manha!